Parte dos policiais não usou identificação durante repressão na Avenida Paulista

08/03/2007 - 20h19

Bruno Bocchini e André Deak
Repórteres da Agência Brasil
São Paulo e Brasília - A maior parte dos policiais militares da tropa de choque que entrou emconfronto com manifestantes no protesto contra o presidentenorte-americano George W. Bush na Avenida Paulista não usava tarjeta deidentificação, como é obrigatório.A manifestação fechou parte de uma das vias da Avenida Paulista. Ao seaproximar do Museu de Arte de São Paulo (Masp), os dois lados daavenida começaram a ser ocupados pelo excesso de pessoas. A PolíciaMilitar estima que 6 mil pessoas estavam no protesto, enquanto osorganizadores falam em 20 mil pessoas.Na parte da frente da manifestação estavam mulheres, muitas delas emcadeiras de rodas. Os policiais se concentraram em uma ruaperpendicular à Avenida Paulista e, assim que a manifestação começou atomar o outro lado da avenida, impedindo a passagem de carros, teveinício a confusã. A polícia disparou bombas de gás lacrimonêgeo e balasde borracha em direção às mulheres e sob a marquise do Masp, onde haviaaglomeração de pessoas. Algumas pessoas foram atingidas e levadas,depois, para hospitais da região. Ainda não há estimativa do número deferidos. A PM informa que nenhum policial foi ferido.A Ouvidoria das Polícias Militar e Civil de São Paulo irá pedir aabertura de um inquérito na Corregedoria para questionar ocomportamento da polícia. Segundo o ouvidor, Antonio Funari, a polícia "deveria se comportar como se comportou no ano passado durante a revolta da torcida do Corinthians no Pacaembu: conseguir o controle sem o uso de armas".O coronel da Polícia Militar Aylton Araújo Brandão, um dos três comandantes da ação, disse que [as alegações dos policiais] "é que tiveramcorpo-a-corpo com os manifestantes e, nesse momento, muitas dastarjetas caíram. Elas caem facilmente, é de velcro".