Spensy Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - No dia em que o presidente norte-americano, George W. Bush,chega ao Brasil para iniciar sua visita à América Latina, movimentos sociais de40 países reunidos no Equador lançaram a declaração final da ConferenciaInternacional pela Abolição das Bases Militares Estrangeiras. No caso daAmérica Latina, as bases “estrangeiras” a que o nome se refere são, basicamente, norte-americanas.“As bases militares estrangeiras e todas as outrasinfra-estruturas utilizadas para guerras de agressão violam os direitos humanos, oprimem os povos, particularmente os povos indígenas, os afrodescendentes, asmulheres, as crianças e destroem as comunidades e o meio ambiente”, afirmam osmovimentos na declaração. O evento, iniciado na última segunda-feira (5),terminou hoje em Quito e Manta – cidade onde está instalada a maior basenorte-americana na América do Sul.Os ativistas reunidos no Equador denunciam: os EstadosUnidos utilizam essas bases como apoio para suas intervenções militares aoredor do mundo. Isso, segundo a declaração, aconteceu nos ataques “ilegais”norte-americanos ao Iraque e ao Afeganistão. Agora, alerta o documento, o Irãpode ser o próximo. "Denunciamos a responsabilidade primordial dos Estados Unidos na proliferação das bases militares estrangeiras, assim como o papel da Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte], da União Européia e de outros países que mantêm ou abrigam essas bases."“Exigimos o fim tanto da construção de novas bases como daampliação das existentes”, segue o documento, que também exige compensações pordanos sociais e ambientais causados pelas bases, além do fim dos privilégiosdados aos militares estrangeiros ligados a essas estruturas.A primeira ação da rede de organizações sociais formada noevento será “reforçar o compromisso” equatoriano, assumido pelo novo presidentedo país, Rafael Correa, de não renovar o convênio com os Estados Unidos parauso da base de Manta, em 2009. “Comprometemo-nos a nos manter vigilantes paraassegurar essa vitória.”Mais informações sobre o evento em www.no-bases.org. Veja também "A Geopolítica do Cerco", especial da Agência Brasil sobre o tema publicado em 2006.