Pavimentação da BR-163 começa no segundo semestre, diz técnico da Casa Civil

07/03/2007 - 14h36

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A pavimentação de um trecho de mil quilômetros da BR-163, entreGuarantã do Norte, em Mato Grosso, e Santarém, no Pará, deverá ser iniciada no segundosemestre deste ano. A informação foi dada hoje (7) pelo subchefe adjunto de Análise eAcompanhamento de Políticas governamentais da Casa Civil, Johaness Eck, ao participar do seminário BR-163: caminhos e descaminhos em busca desustentabilidade, realizado pelo Instituto Pesquisa Ambiental da Amazônia(Ipam). A obra de pavimentação da BR-163 foi incluída no Programa deAceleração do Crescimento (PAC), anunciado pelo governo no dia 22 de janeiropara estimular o crescimento econômico do país. Eck informou que o custo da obra, a ser executada em quatro anos, está estimado em cerca de R$ 1,2 bilhão.Segundo o cronograma da obra, a licença de instalação, necessária para oinício da pavimentação, deve ser entregue pelo Instituto Brasileiro de MeioAmbiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em maio deste ano. “Depois dolicenciamento, será necessário ainda que o período de chuvas termine para queas obras comecem”, acrescentou Eck. Ele disse que o governo pretendetambém investir recursos para que haja desenvolvimento sem agressão ao meio ambiente.Para isso, serão implementadas medidas do Plano BR-163 Sustentável, que prevêeducação ambiental, recuperação de áreas degradadas, capacitação de mão-de-obrados trabalhadores executores da obra, apoio às comunidades indígenas e proteçãoà fauna e à flora, entre outros. Em 2006, o orçamento para esse plano foi de R$ 800 milhões.“Agora estamos ajustando o orçamento para os próximos anos. Temos expectativade aumento em função da obra de pavimentação que está incluída no PAC”, afirmouEck.Para o diretor-executivo do Instituto de Pesquisa Ambientalda Amazônia (Ipam), Marcos Ximenes, é necessário também um trabalho defiscalização da sociedade para evitar a ação de grileiros e a devastação ambiental. Segundo ele, sem o controle social, crescem a ocupação desordenada, as queimadas e atividadesrurais sem planejamento ao longo do trecho que será pavimentado.“A tradição éque, quando se faz uma estrada, a destruição da natureza vem junto, porqueaumenta o interesse pela área. A idéia é que possamos asfaltar, mas atenuaresse efeito. Mas não é o governo que vai chegar lá e impor um mecanismo decontrole, com um policial em cada esquina. Isso não é um mecanismo que funcioneporque é uma área extensa”, disse Ximenes. Ele acredita que, com o controle social, é possívelreduzir em 40% os desmatamentos na região. “Fizemos essa simulação. Com aintegração e planejamento participativo isso é possível”. Para o presidente do Centro de Estudos, Pesquisa eFormação de Trabalhadores do Baixo Amazonas (Ceftbam),  Venilson Taveira,  a criação de assentamentos e reservas ambientais na região freoua invasão de grileiros. Entretanto, ressaltou, ainda falta investimento dogoverno em programas sociais para as comunidades da região. “É preciso fazercom que as políticas públicas cheguem, como o programa Luz para Todos, aeducação, as estradas, dentro dos assentamentos. Na hora que isso acontecerdentro dos assentamentos, vamos ter outra economia para a agricultura familiarnaquela região”, enfatizou.