Clima favorável e aumento da produtividade garantem safra recorde de grãos, diz Conab

06/03/2007 - 16h37

Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A atual safra de grãos deverá ser a maior da história do país. É o que aponta levantamento divulgado hoje (6) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A previsão é de uma produção de 127,6 milhões de toneladas, 5,7% maior que a safra passada de 120,8 milhões. O presidente da Conab, Jacinto Ferreira, atribuiu o crescimento da safra à recuperação da produtividade e ao clima favorável, com melhor distribuição de chuvas. Ferreira lembrou que as plantações estão distribuídas em uma área de 45,6 milhões de hectares, 3,5% inferior à do período anterior. “Mesmo havendo um plantio menor que no ano passado, a produtividade e o clima favorável fizeram com que a produção fosse bem superior à do ano passado”, ressaltou.Entre as culturas mais beneficiadas estão o milho, a soja e o algodão. São 48,8 milhões de toneladas de milho, 14,7% a mais que no período anterior. A produção de soja está estimada em 56,7 milhões de toneladas, o que representa  crescimento de 6,2%. A produção de algodão poderá chegar a 2,2 milhões de toneladas, com aumento de 29,1%. “Os resultados mostram que o Brasil não terá problemas de abastecimento”, afirmou Ferreira.Segundo o presidente da Conab, o aumento da produção de milho permitirá que as exportações dobrem. Na última safra, foram exportadas cerca de 3,8 milhões de toneladas de milho e, para este ano, a expectativa é de 6,5 milhões. “O milho partiu dessa conjuntura do mercado internacional, em que houve recuperação dos preços. Mas partiu também de uma intervenção maciça do governo, no ano passado, que garantiu de fato a renda nos produtores naquele período. Isso fez que a nossa produção aumentasse, e ainda há espaço para crescer”, disse Ferreira. A Conab registrou queda de 54,2% na produção de trigo, de 11,7% na de amendoim e 2,3% na de arroz.  Jacinto Ferreira atribuiu a queda na safra de trigo para 2,23 milhões de toneladas à redução da área plantada e à perda de produtividade. “Na época do plantio, os preços não estavam compensadores. Então, os produtores optaram por não plantar”, explicou. Ele acrescentou, entretanto, que a previsão é haver uma recuperação desses valores em dezembro.A principal região produtora de grãos no Brasil é a Sul, com 42,8% da produção nacional, com destaque para o Paraná. Em seguida, aparece o Centro-Oeste, com 33,1%, destacando-se Mato Grosso. O Sudeste representa 12,8%, e o maior estado produtor é Minas Gerais. No Nordeste, com 8,4%, o principal produtor é a Bahia e, no Norte, com 2,9%, os estados em destaque são Tocantins e Pará. O levantamento da Conab foi feito no período de 15 a 22 de fevereiro. Foram consultadas as secretarias de Agricultura, órgãos de assistência técnica e extensão rural, agentes financeiros, produtores rurais, escritórios de planejamento e cooperativas.