Presidente do Consea defende que fundos solidários atendam público do Bolsa Família

04/03/2007 - 10h49

Monique Maia
Da Agência Brasil
Brasília - O uso de fundos solidários para ajudar pessoasque se encontram em situação de pobreza, como é o caso das incluídas noprograma Bolsa Família, poderia contribuir para a inclusão social no Brasil. Aproposta foi defendida durante o Seminário Nacional dos Fundos Solidários epelo presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional(Consea), Chico Menezes. Segundo ele, os fundos financiam projetos de geração de renda de comunidadescarentes com o objetivo de dinamizar a economia local e retirar essas famíliasda situação de pobreza. Eles são criados a partir do lucro obtido pelascooperativas e associações. Depois de o empreendimento se consolidar, ascomunidades retiram uma parte do lucro e investem em um fundo solidário. Comessa reserva, não é necessário que haja mais investimento nas cooperativas,pois a comunidade vai ter dinheiro suficiente para comprar materiais paraevolução do serviço.“Os fundos solidários são uma modalidade que vem sendo construída no Brasil há30 anos e representa a própria comunidade construir um fundo para realizaratividades conjuntas. O potencial dessas pessoas, que estão organizadas podelevar a frente empreendimentos comuns e trazer grandes avanços”, diz ChicoMenezes. O presidente do Consea explica ainda que recursos públicos podem ser utilizadospara fortalecer os fundos solidários.  De acordo com ele, o Banco Nacionalde Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) trabalha com uma linha de microcrédito,que pode ser disponibilizada para esses grupos comunitários. No entanto, Menezes ressalta que a intenção não é retirar a transferência derenda dessas comunidades, mas sim envolver o público do Bolsa Família em outrosprogramas gradativamente, seja pelos fundos solidários, por microcrédito, porqualificação profissional ou alfabetização de adultos. “Eu acho que o governofederal cumpriu uma importante meta de fazer chegar o programa Bolsa Família as11 milhões de pessoas [o número de beneficiários], dando início a umprocesso de garantias de direito essenciais. Mas é preciso ir além”, defende.De acordo com ele, é importante que seja dado um segundo passo com oestabelecimento de programas estruturantes. “É um momento em que se estádiscutindo uma agenda social junto ao Programa de Aceleração do Crescimento(PAC), e acredito que esses programas serão um elemento de peso dentro dessaagenda”, avalia. Os fundos solidários fazem parte da política de Economia Solidária. Para opresidente da Secretaria Nacional de Economia Solidária, Paul Singer, “essesprogramas vêm abrir uma porta para as famílias do Bolsa Família saírem dadependência”. Segundo ele, o primeiro passo é mobilizar as pessoas,convencê-las a se associar e discutir com elas que atividades gostariam dedesenvolver.