Autoridades se reúnem para debater ação de traficantes na fronteira Brasil-Colômbia

08/02/2007 - 17h38

José Carlos Mattedi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A ação de garimpeiros e contrabandistas de animais que estariam agindo nos dois lados da fronteira entre Brasil e Colômbia vem preocupando o governo dos dois países.

Esses são os principais problemas enfrentados na região. Para combater tais atividades, autoridades brasileiras e colombianas se reuniram na cidade amazonense de Tabatinga, que fica na divisa com o país vizinho.

O encontro, realizado na Chancelaria da Colômbia, começou na última terça-feira (6) e terminou no início da tarde de hoje (8). Cerca de vinte pessoas, ligadas às áreas de meio ambiente, de relações internacionais e de polícia de fronteira, discutiram formas de reprimir a ação dos traficantes. A intenção é que cada país organize suas forças policiais e de proteção ambiental para um trabalho conjunto de monitoramento e fiscalização na divisa.

“Os garimpos ilegais e a exploração da fauna e de recursos pesqueiros, principalmente peixes ornamentais, são os problemas da região”, afirmou o membro da Diretoria de Proteção Ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Marcelo Cruz. “Brasileiros atravessam a divisa para explorar na Colômbia e colombianos exploram recursos naturais em território nacional”.

Segundo ele, não há estudos sobre o número de pessoas que atravessam a fronteira dos dois lados, nem sobre as perdas dos países com o tráfico de minerais e de animais, além dos prejuízos ao meio ambiente – corte ilegal de madeira, assoreamento e poluição dos rios com a atividade de garimpo, etc. “Essa pesquisa sob a prática do comércio ilegal será feita agora, a partir desse encontro”.

Por meio de observações nos postos de fronteira, ocorrências policiais, sobrevôos com pequenas aeronaves e imagens de satélites, as autoridades detectaram o “trânsito” ilegal na região.

“Principalmente na questão dos garimpos, com o pessoal se deslocando de um lado a outro pelos rios”, pontuou Cruz. “A idéia, agora, é fazer um projeto binacional de harmonização, prática e uso em áreas de conservação na fronteira”.