Secretaria critica escolas que não combatem o racismo

06/02/2007 - 21h37

José Carlos Mattedi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A diretora da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) do governo, Maria Palmira, criticou hoje (6) as escolas que não têm se preocupado em combater o racismo na sala de aula. A afirmação foi feita durante o lançamento do estudo “Relações raciais na escola: reprodução de desigualdades em nome da igualdade", cuja pesquisa revela que os alunos negros têm, em relação aos brancos, as mais baixas notas em português e matemática nas séries dos ensinos fundamental e médio.“Vejo com preocupação essa pesquisa, porque vivemos numa sociedade longe de superar o problema da discriminação racial. Também fico otimista porque temos um instrumento a mais para trabalhar com professores e educadores, ajudando a qualificar o debate sobre o problema do racismo na sociedade brasileira”, observou Palmira.Segundo ela, é na escola que o aluno desenvolve o pensamento analítico e a reflexão crítica, o que vai interferir na formação do seu caráter. “Mas, lamentavelmente, a integração entre crianças negras e brancas no ambiente escolar não pontua a necessidade de inclusão. Sabe-se, contudo, que os distúrbios emocionais adquiridos por crianças e adolescentes vão se manifestar mais tarde, resultado do processo discriminatório vivido na infância”, sublinhou.A diretora da Seppir afirmou, ainda, que o governo vai insistir em processos de implementação de políticas diferenciadas. “As políticas universalistas têm se tornado cada vez mais débeis no processo de enfrentamento ao racismo na sociedade brasileira. Acredito que os dados da pesquisa fortalecem a postura que o governo vem adotando com políticas afirmativas de superação do racismo, da discriminação e do preconceito racial”, finalizou.A pesquisa nas escolas foi realizada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), sob a coordenação de Mary Garcia Castro e Miriam Abramovay.