Falta de definição jurídica atrapalha biotecnologia, diz empresa

06/02/2007 - 20h14

Daniel Merli e Monique Maia
Da Agência Brasil
Brasília - A produção de alimentos transgênicos no país e a pesquisa tecnológica poderiam ter avançado muito mais se não fosse a falta de definição jurídica sobre o tema, avalia um relatório da consultoria de empresas do agronegócio Céleres. O estudo, encomendado pelo Conselho de Informações Sobre Biotecnologia (CIB), foi divulgado ontem (5) durante uma feira de agronegócios em Cascavel, oeste paranaense.A empresa compara dados dos três maiores produtores mundiais de transgênico: pela ordem, Estados Unidos, Argentina e Brasil. A produção, segundo a empresa, segue mais ou menos igual nos três países até 1997. A partir deste ano, a produção dos outros dois países dispara na frente do Brasil.Na avaliação da Céleres, a produção brasileira cresceu menos por falta de definição legal. "Em conseqüência do vazio jurídico, a pesquisa ficou parada no Brasil. Enquanto que em outros países a pesquisa avançou, aqui ela ficou praticamente travada por dez anos”, disse o autor da pesquisa e conselheiro da CIB, Anderson Galvão. Segundo ele, a fase de pesquisa dura o mesmo tempo praticamente em vários países do mundo. Mas é no período de aprovação e regulamentação que o processo fica mais lento no Brasil."No caso da soja, foram quase oito anos de discussão jurídica e institucional. Praticamente, o mesmo tempo que se gasta para fazer uma mesma tecnologia, que é de dez anos. O normal seria dois anos para fazer essa aprovação", defendeu o autor da pesquisa.A empresa de consultoria Céleres, com base no crescimento dos outros países, faz uma estimativa de quanto poderia crescer a produção de transgênicos no país. De acordo com o estudo, os produtores rurais acumularam na última década US$ 1,5 bilhão com o plantio e comercialização da soja geneticamente modificada. No entanto, os benefícios poderiam contabilizar os US$ 4,6 bilhões, se não fosse a demora na aprovação de projetos.