Lançado em São Paulo projeto que poderá ampliar acesso do público a filmes brasileiros

05/02/2007 - 15h17

Renato Brandão
Da Agência Brasil
São Paulo - O Ministério da Cultura (MinC) lançou hoje (5) o projetoProgramadora Brasil, com o objetivo de facilitar o acesso a produçõescinematográficas brasileiras denove décadas. Segundo o secretário do Audiovisual do MinC, OrlandoSenna,  o projeto visa estimular a exibição de produções nacionaisrecentes e obras clássicas enão-comerciais [que não têm espaço na programação dos circuitostradicionais] e aumentar o público para esse tipo de filme. “É uma estratégiade formação de público, porque, com a disponibilidade gratuita dos filmes,pretende-se criar uma necessidade nessa platéia, para que continue vendofilmes, e não apenas desse circuito”, disse o secretário. O Programadora Brasil pretende alcançar cineclubes, escolas euniversidades públicas e privadas e os Pontos de Cultura do Programa CulturaViva. No futuro, poderá abranger outras instituições, como as entidades doSistema S, como o Sesc e o  Sesi (Serviço Social do Comércio e Serviço Social da Indústria]. “Éuma contribuição, e a gente espera queimportante e interessante, a solução da questão do acesso, que é aquestãobásica da cultura contemporânea, ou seja, como acessar os bens eserviçosculturais”, afirmou o Ministro da Cultura, Gilberto Gil, que tambémparticipou da solenidade de lançamento do projeto, na sede daCinemateca Brasileira.O primeiro lote de filmes do projeto inclui 126 títulosdigitalizados, de 38 temáticas diversas, abrangendo nove décadas da históriado cinema brasileiro. No pacote estão obras conhecidas e premiadas, como A Hora daEstrela, de Suzana Amaral (1985), e Terra Estrangeira, de Walter Salles eDaniela Thomas (1995), além de títulos pouco divulgados, como O Canto do Mar, deAlberto Cavalcanti (1953), e O Chapéu do Meu Avô, de Julia Zakia (2004).Orlando Senna informou que poderão adquirir os filmes do primeiro catálogo apenasentidades de circuitos não-comerciais do país, cujo número é estimado entre 100 e 120 salas, em todo oterritório nacional, para os primeirosmeses deste ano. Segundo Senna, o Programadora Brasil distribuirá também paraemissoras de televisão pública. “Já existem entendimentos, mas não foianunciado nada ainda, com relação à TV pública e à  Programadora, porque issotem a ver com o Fórum das Tevês Públicas, que está sendo realizado nestemomento”, disse ele.Para fazer parte da iniciativa, é preciso fazer cadastro, por meio depessoa jurídica, no portal oficial do projeto (www.programadorabrasil.org.br),e se comprometer a exibir os filmes em sessões públicas e não-comerciais pordois anos. “A oferta gratuita é uma forma simples de atrair e trazer consumidorespara um cinema e um audiovisual que é muito importante para os realizadores noconjunto da cultura brasileira”, afirmou o ministro Gilberto Gil. Cadatítulo custará R$ 25, mas há pacotes de três DVDs, a R$70, de sete, a R$ 130, e até 38 títulos, a R$ 600. Os valores jáincluem taxasde postagem e pagamento de direitos autorais pelas obras. Inicialmente,não será feita venda a pessoas individualmente. “A questão econômicase coloca como um elemento definidor do acesso à cultura, e muitasvezes ospreços praticados inibem uma série de áreas, conjuntos sociais doBrasil quenão tem possibilidade exatamente por causa do preço”, disse o ministro.O Programadora Brasil é iniciativa da Secretaria doAudiovisual do MinC, da Cinemateca Brasileira e do Centro Técnico Audiovisual.Segundo a assessoria de imprensa do ministério, foram investidos R$ 1,2 milhãoem sua primeira etapa (implementação e lançamento), e orçamento do projeto paraeste ano está previsto em mais R$ 1,5 milhãO secretário da Cultura do estado de São Paulo, João Sayad, também participou da cerimônia de lançamento do projeto.