Greenpeace instala gerador de energia solar e promete distribuir o excedente

03/02/2007 - 14h07

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O Greenpeace montou um gerador de energia solar, uma fonte limpa e renovável, em sua sede em São Paulo. A instalação, de 2.800 watts e composta por 40 painéis, deve suprir até 50% da demanda diária do escritório, gerando economia de um terço na conta de luz, segundo estimativa da organização não governamental.O diretor de campanhas do Greenpeace, Marcelo Furtado, afirma que o sistema está conectado à rede pública e vai repassar a energia gerada gratuitamente nos dias em que não for utilizada, como domingos e feriados.“Isso significa que quando o escritório está trabalhando, há redução de 50% no que se retira da rede pública. E no momento em que o escritório não funciona, entregamos para a rede 50% do que normalmente consumimos”, explica.A prática ainda não é regulamentada no Brasil e o diretor reconhece que a ONG está cometendo uma “desobediência civil”. Segundo ele, o objetivo é “mudar a legislação para que se outros brasileiros quiserem ajudar o país a gerar energia, possam gerar para seu uso próprio e para doar para a rede”.Mas é preciso ter algum dinheiro em caixa para esse investimento. De acordo com Furtado, o Greenpeace gastou R$ 80 mil, fora o esforço para se adequar às normas brasileiras, que ele considera rigorosas. “Os equipamentos são bastante sofisticados e nós seguimos toda a norma. O que significa que o investimento é alto com produtos de alta tecnologia, que entregam uma energia de altíssima qualidade”.O diretor enfatizou que o Greenpeace pretende viabilizar um projeto desse tipo através de uma concessionária de energia. “Vamos regularizar nossa situação e gostaríamos de ser na verdade um modelo para que outras pessoas e empresas possam fazer isso. Quem sabe com essa ação consigamos convencer uma concessionária a fazer um programa de geração de energia própria para a rede”.Na avaliação de Furtado, o custo é alto porque a tecnologia ainda está pouco difundida no país. “Nós tivemos que importar a maior parte dos equipamentos, porque não são produzidos no Brasil”.Ontem (2), a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) com previsões alarmantes para o planeta por causa do aquecimento global, provocado principalmente pelo consumo de combustíveis feitos a partir de matrizes como o petróleo.