Ministra pede ao BNDES linha de crédito para exploração sustentável de áreas na Amazônia

26/01/2007 - 19h56

Alana Gandra e Vítor Abdala
Repórteres da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva,pediu hoje (26) à diretoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico eSocial (BNDES) a criação de linhas de financiamento para empresas que queiramexplorar, de forma sustentável, áreas da floresta amazônica. Essas áreas são os distritos florestais que o ministérioestá criando e onde empresas privadas poderão explorar recursos naturais deforma sustentável – por exemplo, com o replantio das árvores retiradas dolocal. A ministra citou duas dessas áreas: o distrito florestal deCarajás (PA), que deverá ser criado em março, em uma área de um milhão dehectares, e a região cortada pela rodovia BR-163, que liga Santarém (PA) aCuiabá (MT). Esse distrito florestal já foi criado mas ainda não está sendoexplorado. Outros dois distritos deverão ser criados até o final do ano naregião amazônica. “O financiamento é importante porque o manejo em basessustentáveis tem custos de produção maiores do que aqueles que acontecem deforma ilegal. Então, são necessários incentivos tanto para os produtores emanejadores, quanto para se desenvolver apoio tecnológico, pesquisa e apoio àscomunidades. E Carajás é uma região complexa, devastada, com altíssimo impactoambiental”, disse Marina Silva. No distrito florestal de Carajás, 60% da área deverão serdestinados a espécies vegetais nativas e 40%, a árvores que possam sertransformadas em carvão para a indústria de ferro gusa no estado. O presidente do BNDES, Demian Fiocca, disse não ver “problemade falta de recursos” para as novas linhas de crédito. E o chefe doDepartamento de Meio Ambiente da instituição, Eduardo Bandeira de Melo, acrescentouque o financiamento “tanto pode ser para a produção de florestas homogêneas, visandoà produção de carvão, como para a recuperação de áreas degradadas”. Na área da BR-163, segundo a ministra Marina Silva, estáprevista a concessão de florestas e o BNDES poderá apoiar a exploração sustentável,evitando o desmatamento para outras finalidades, como a pecuária ou a produçãode grãos. Demian Fiocca lembrou que o BNDES já tem uma linha de apoioa florestas de outra natureza, na área de papel e celulose, e cujas condiçõespoderiam ser adaptadas. E informou que nova reunião com técnicos do ministério foi marcada. “Ocontato será permanente”, disse.