Indústrias brasileiras investem mais em questões ambientais

26/01/2007 - 15h22

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - As indústrias brasileiras estão investindo mais na chamada tecnologia limpa (que não agride o meio ambiente0. É o que  constata pesquisa divulgada hoje (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

De acordo com a pesquisa, de 1997 a 2002, o investimento em controle ambiental (aquisiçãode máquinas e equipamentos, construção de estações de tratamento edespesas com o funcionamento de aparelhos que não poluem o ecossistema)deu um salto de 83,9%, descontando-se a inflação no período. Em 1997,as empresas destinaram a essa área R$ 10,5 bilhões. Em 2002, osinvestimentos no setor já somavam R$ 22,1 bilhões.

Parao técnico do IBGE Paulo Gonzaga, esse movimento reflete uma maiorconsciência ambiental por parte das empresas, mas também pressões domercado.  “Há vários determinantes, como aumento daconsciência ambiental, pressões da sociedade através de leis e osdesastres ambientais que levaram as empresas a adotar uma postura maisativa nessa área. É uma estatística só de esforço, e não de resultados,mas percebemos claramente que há um esforço crescente entre asindústrias brasileiras, e isso se traduz em maiores investimentos”, diz.Gonzagadestacou que o mercado externo é cada vez mais exigente em relação aocumprimento de normas ambientais. Segundo a pesquisa, o receio dasorganizações de que danos ambientais prejudiquem a imagem corporativa eo maior rigor das agências de regulação ambiental também influenciaramesse crescimento.A pesquisa revela que aumentou o número deempresas que direcionam parte de seus recursos à questão ambiental, eelas são principalmente grandes organizações. Em 1997, as indústriascom esse tipo de preocupação, que somavam 3.823 empresas, representavam34,1% do total da produção industrial; em 2002, já havia 6.691indústrias que investiam em controle ambiental e elas respondiam por48,2% do total da produção. Outra constatação é que o valorinvestido pelo conjunto das empresas aumentou de 13,9% para 18,7% noperíodo. O movimento foi puxado, principalmente, pela indústria detransformação, cujo aumento nesses investimentos foi de 92,6%. Noprimeiro ano de investigação, os setores de alimentos e bebidas eram osprincipais investidores em controle ambiental, já em 2002 a maiorconcentração dos investimentos passou para as divisões de fabricação decoque, refino de petróleo, elaboração de combustíveis nucleares eprodução de álcool.