Governo tomou a dianteira no PAC porque país não pode esperar, afirma presidente

26/01/2007 - 18h37

Spensy Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília -

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva dissehoje (26) que o Estado brasileiro assumiu a dianteira no Programa de Aceleraçãodo Crescimento (PAC) porque o país não pode esperar até que os empresários seconvençam da viabilidade de novos investimentos.

“Enquanto nãose constrói essa parceria, porque muitas vezes os empresários são muitodesconfiados na hora de fazer os seus investimentos, o governo não pode ficaresperando”, disse Lula, durante discurso no Fórum Econômico Mundial, em Davos,na Suíça. “Se o Brasil não pode esperar, porque isso vai atrapalhar o crescimento,nós vamos começar a fazer.”

Lula disse acreditar que haverá compreensão sobre aimportância de aprovar as medidas do PAC no Congresso. “Eu estou convencido deque na política interna brasileira há compreensão de todo o Congresso Nacional,dos governadores”, afirmou. “Pode ser que um governador tenha uma crítica aqui,outra ali; um deputado tenha uma crítica aqui, outra ali; mas no fundo, nofundo, eles sabem que esse projeto não são projetos do presidente Lula, não sãoprojetos apenas do governo, são projetos para o Brasil.”

Para o presidente, quem vai lucrar com os bonsresultados do PAC é seu sucessor. “Se formos competentes e conseguirmosconcluir tudo que queremos concluir até 2010, aquele que vier depois de mim vaipegar um Brasil muito mais arrumado do que eu peguei. E é isso que interessapara quem quer investir no Brasil, para quem é brasileiro e, sobretudo, paraquem quer governar o Brasil.”

“Eu duvido queem algum momento da história do Brasil foi lançado um programa com a substânciae com começo, meio e fim, como o programa que nós lançamos neste último finalde semana”, disse ele sobre o PAC. O presidente destacou os investimentosprevistos pelo PAC em áreas como habitação e saneamento, os quais, segundoLula, farão uma “pequena revolução” nas cidades brasileiras.

Lula comparou números de governos anteriores com osque sua administração está alcançando. “Eu digo sempre que na década de 50,quando o Brasil tinha como presidente Juscelino Kubitschek, em que o PIBcrescia à média de 7% ao ano, a inflação era de 23%, e o salário mínimo nãocrescia constantemente”, relatou ele.

“Eu me lembro que, no “milagre brasileiro”, de 1968a 1973, quando a economia crescia emmédia 10% ao ano, e em 1973, quando o PIB cresceu 13,94%, o salário mínimodecresceu 3,4%”, continuou. Já em seu governo, segundo Lula, os 50% mais pobresda população passaram de uma participação de 10,49% da economia para 12,24%.“Um crescimento que há muito tempo não acontecia para a camada mais pobre dapopulação”, definiu ele. “Nos nossos quatro anos de governo, nós trabalhamos deforma muito harmônica e o salário mínimo cresceu todos os anos.”

As transcrições dos discursos do presidente Lula são disponibilizadas na internet pela Secretaria de Imprensa e Porta-Voz da Presidência da República.