Embrapa desenvolve pesquisa para reduzir uso de inseticidas na lavoura de soja

26/01/2007 - 19h53

Tânia Paula Pereira
De A Voz do Brasil
Brasília - Uma nova tecnologia desenvolvida pela Empresa Brasileira dePesquisa Agropecuária (Embrapa) pode reduzir em até 70% o uso de inseticidas nocontrole de uma das principais pragas que atacam a soja no Brasil. A novatecnologia, que está em fase final de testes, deve ser vendida para uma empresaprivada de São Paulo, que pode colocá-la no mercado até o final do ano. A pesquisa da Embrapa é desenvolvida com base na reproduçãoquímica dos feromônios do percevejo marrom (euschistos heros), uma dasprincipais pragas que atacam as lavouras de soja no país. O feromônio é umcheiro exalado pelo inseto para  atrair o sexo oposto para o acasalamento.No caso dos percevejos marrons, quem exala esse cheiro são os machos. Os pesquisadores da Embrapa desenvolveram uma espécie depastilha que exala o feromônio e atraí a fêmea para armadilhas feitas naspróprias plantações. A idéia de atrair as fêmeas é realizar uma amostragem dograu de infestação da lavoura. Ou seja, o produtor poderá verificar aquantidade desses insetos na plantação e dependendo do número capturado, ele podeavaliar se há a necessidade ou não de fazer o controle da praga com a aplicaçãode inseticidas. Segundo o responsável pela equipe que realiza a pesquisa daEmbrapa, Miguel Borges, o  percevejo marrom causa danos irreversíveis paraa soja. “Esse percevejo suga os grãos de soja e com isso diminui o teor deóleo, de lipídios e proteínas do grão. E quando ele termina esse processo dealimentação, ele deixa o grão com um furo, o que possibilita  a entrada defungos e bactérias que podem causar doenças no grão de soja”, explicou  O inseto atua em regiões de temperaturas mais elevadas, principalmentenas culturas de soja desenvolvidas no Centro-Oeste, Norte e Nordeste. “Para lavoura de soja, o uso de inseticidas está chegandopróximo 6 milhões de litros por safra para o controle de percevejos. Com oferomônio, a gente espera que o produtor possa reduzir a aplicação deinseticida em até 70%. O produtor também tem que ver que reduzindo o uso deinseticida ele também vai estar cooperando coma proteção ambiental.”, disseMiguel Borges.