Desemprego caiu e número de trabalhadores com carteira assinada aumentou de 2003 a 2006, diz pesquisa

25/01/2007 - 15h14

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O desemprego caiu 14,4% nas seis principais regiões metropolitanas do país investigadas pela Pesquisa Mensal do Emprego, entre os anos de 2003 e 2006. No mesmo período, a população ocupada subiu 8,6% e o rendimento médio dos trabalhadores deu um salto de 5,6%, fechando o ano de 2006 com a média de R$1.045,70. Os dados foram divulgados hoje (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o gerente da pesquisa, Cimar Azeredo, o quadro é positivo, apesar ter-se mantido a estabilidade na passagem de 2005 para 2006, interrompendo a trajetória de queda que vinha sendo observada desde 2003. A taxa média de desocupação no ano passado foi de 10%. No ano anterior, havia sido de 9,8%. Já em 2003, ela estava em 12,3%.

Além disso, Azeredo destacou a melhoria na qualidade do emprego, embora não tenha sido observada expansão das vagas no mercado de trabalho. “Os resultados são bastante positivos no que tange à qualidade do emprego. O mercado de trabalho está mais formalizando e está pagando mais. Os grupamentos de atividade que oferecem remunerações melhores são os que crescem mais”, explicou. Em 2006, a população ocupada aumentou apenas 2,3% em relação a 2005 e 8,6% na comparação com 2003. Por outro lado, o grupo de empregados com carteira assinada cresceu 5,2% na passagem de um ano para o outro e 13,3% desde 2003. Azevedo ressaltou que o mercado está em processo de recomposição após a crise que viveu em 2002, com reflexos nos dois anos seguintes. Ele acredita que, para haver mais expansão no nível da ocupação, a economia deve estar mais aquecida. “Em 2003 e 2004, a informalidade foi muito grande. Em 2005, o mercado se recompôs, mas, para que fossem geradas vagas a ponto fazer cair a taxa de desocupação que vinha se instalando, a economia tinha que andar num ritmo mais forte. E esse não é o cenário que vemos hoje”, explicou.Ainda de acordo com a Pesquisa Mensal do Emprego, houve uma forte expansão no contingente de trabalhadores domésticos (18,4%). Esse movimento, de acordo com Azeredo, é reflexo da melhora dos rendimentos da população, que tem mais condição de manter o empregado doméstico. Os ganhos salariais, no entanto, não foram suficientes para compensar as perdas ocorridas depois de 2002. Comparando-se o rendimento de dez meses (entre março e dezembro) de 2006 com o do mesmo período de 2002, observa-se uma queda de 6,8%. “O mercado se recupera do processo de recessão em 2003, mas não consegue recuperar ainda o rendimento auferido nos dez meses de 2002”, destacou.