Decisão sobre Angra 3 está nas mãos de Lula, diz Tolmasquim

25/01/2007 - 17h46

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O presidente da Empresa de Pesquisa Energética(EPE), Maurício Tolmasquim, afirmou hoje que a decisão sobre a construção da usina nuclear Angra 3 está nas mãos do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e por isso a obra não foi incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), anunciado na última segunda-feira (22).“Angra 3 vai ser decidida pelo presidente da República. É uma questão queestá sendo analisada em nível do governo e dos vários ministérios”, afirmou Tolmasquim, em evento hoje no Clube de Engenharia. A EPE é uma empresa vinculada ao Ministério de Minas e Energia.O presidente da EPE afirmou que,caso seja aprovada a obra, não lhe faltarão recursos. “Se ela vier a ser aprovada, vãoser criadas as condições específicas para que ela saia a tempo. Se é dentro do PAC ou não, isso é detalhe”, disse.Tolmasquim afirmou que, diante doatraso na definição sobre a usina, a entrada em funcionamento de Angra 3  já está sendo prevista para o final de 2013 ou início de2014. Antes, trabalhava-se com a data de 2012 ou 2013, com  aconstrução sendo iniciada em 2006. A unidade foi incluída no PlanoDecenal de Expansão de Energia Elétrica 2006/2015, elaborado pela EPE. Tolmasquim disse que, por setratar de uma usina nuclear, Angra 3, “se for construída”,deverá ficar sob a responsabilidade da Eletronuclear, estatal que jáadministra as usinas de Angra 1 e 2, ambas localizadas no município deAngra dos Reis, na Costa Verde fluminense. “Ela não irá a leilão”, disse.Tolmasquimesquivou-se de comentar se a aprovação de Angra 3 seriacomplicada por fatores políticos. “Tem movimentos de todos os lados. Você tem tantopressões enormes para que saia, como para que não saia. Hoje eu diriaque tem uma polarização. É essa questão meio apaixonadaentre  esses pólos que faz com que a decisão seja um pouco maiscomplicada”.Ele avaliou que o cenário para2010 não preocupa. “Vai ter um leilão agora em maio. Se o Brasil crescera 5%, você vai precisar de mais energia. Mas tem o leilão  e vocêvai contratar  essa energia nesse leilão”, disse.Opresidente do Conselho Regional de Arquitetura e Engenharia do Rio deJaneiro(Crea/RJ), Reynaldo Barros,  pediu que Tolmasquim ajudasse a incluir Angra 3 no PAC. “É energia que o Rio deJaneiro precisa, que a região Sudeste precisa”, disse ele. De acordo cominformação da Eletronuclear, estatal responsável pelas usinas nuclearesbrasileiras, Angra 3 terá capacidade de geração de 1.350megawatts (MW).   O presidente do Crea/RJlembrou a conservação dos equipamentos adquiridos para Angra 3 gera gastos anuais em torno de US$ 20milhões. Maurício Tolmasquim e a EPEforam os homenageados do mês de janeiro do Clube de Engenharia.