Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ospecuaristas da faixa de fronteira de Mato Grosso do Sul vão iniciar emfevereiro a vacinação dos bezerros de até um ano contra a febre aftosa. A ocorrência da doençano estado provocou, em 2005, déficit de US$ 721,6 milhões na balançacomercial local, e em 2006 as exportações de carne bovina caíram de R$ 1,149bilhão para R$ 1 bilhão. Desde o final do ano passado, no entanto, alguns países começaram a rever o embargo à compra de carne do estado, como Israel e a Colômbia, que na semana passada decidiu também voltar a comprar o produto do Paraná. O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Luiz Carlos GuedesPinto, defende que as campanhas de vacinação sejam feitas em conjunto com os países fronteiriços, duas vezes por ano. O rebanho brasileiro é o maior do mundo, com cerca de 205 milhões de animais, e a fronteira seca do país tem 14 mil quilômetros. Essa extensão, acrescentou o ministro, "deixa o o Brasil muito vulnerável". A erradicação da febre aftosa, segundo Guedes Pinto, não depende apenas do governo federal: “Cabe ao Ministério da Agricultura a coordenação doPrograma Nacional de Erradicação da Febre Aftosa, mas éresponsabilidade dos estados executá-lo”, afirmou nesta semana. A vacinação em Mato Grosso do Sul foi definida com os presidentes de sindicatosrurais, representantes do Ministério da Agricultura, Secretaria deDesenvolvimento Agrário, da Produção e do Turismo e o presidente daFederação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul),Ademar Silva Junior. A Famasul informou que a campanha atingirá 14 municípios impedidos de comercializar o rebanho devido aos focos de febre aftosa detectados em outubrode 2005.De 1º de fevereiro a 15 de março deverão ser vacinados 226 milanimais em Porto Murtinho, Caracol, Bela Vista, AntônioJoão, Ponta Porã, Aral Moreira, Coronel Sapucaia, Paranhos, SeteQuedas, Tacuru, Japorã, Mundo Novo, Eldorado, Iguatemi, Amambaí eCorumbá. A expectativa dos pecuaristas, segundo o presidente da Famasul, é a de que o Escritório Internacional de Epizootias (OIE) volte a considerar o estado Área Livre de Febre Aftosa com Vacinação. "Precisamos de ações para voltar a exportar", disse Ademar da Silva Junior.