Livro informa que jovens negros são maiores vítimas de armas de fogo nas grandes cidades

20/01/2007 - 13h29

Raquel Mariano
Da Agência Brasil
Brasília - As principais vítimas de homicídios por arma de fogo, em 2004, foram os adolescentes negros que moram em grandes cidades. A constatação foi divulgada pelo Ministério da Saúde, como parte do livro Saúde Brasil 2006 – Uma Análise da Desigualdade em Saúde. O livro está página do ministério na internet e tem publicação prevista para este semestre.De acordo com a pesquisa, o percentual de homicídios por arma de fogo aumentou entre 1990 e 2004, especialmente nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. Nos municípios mais populoso, chegou a crescer em 80% o número de assassinatos, enquanto nos menos populosos, o percentual de crescimento é de creca de 50%.Nesses 14 anos, a taxa de homicídios quase dobrou: de 14,1 óbitos por agressão para cada 100 mil habitantes, em 1990, passou para 27,2 por 100 mil em 2004. Porém, o país registrou uma redução de 6,3% na taxa de óbitos em 2004, em comparação com o ano anterior. O grupo com maior risco de ser vítima de homicídios é o de homens negros, com 15 a 29 anos.A redução na taxa de óbitos, segundo o Ministério da Saúde, pode ser creditada à implantação do Estatuto do Desarmamento, no final de 2003. Com o Estatuto, aumentou o controle sobre a venda e a compra de armas, além do incentivo ao recolhimento voluntário delas. Também caiu, em 2004 e no primeiro semestre de 2005, o número de internações no Sistema Único de Saúde (SUS). E nos estados onde o recolhimento de armas foi maior, houve maior redução das taxas de mortalidade por agressão. O diretor do Departamento de Análise de Situação da Saúde do ministério, Otaliba Libânio, destacou ainda "a pequena redução no número de mortes por acidente de trânsito, com a implantação do Código de Trânsito Brasileiro". No entanto, acrescentou nos municípios médios e pequenos, com população menor, "mantém-se a tendência de aumento no número de mortes por acidente de trânsito, enquanto nos grandes municípios o índice se estabilizou ou começou a diminuir". A população adulta, jovem e principalmente o homens são os mais atingidos por esses acidentes, segundo Libânio, que destacou os atropelamento como o maior risco. "Mas um fato novo que o Brasil vem mostrando é o aumento no número de mortes entre os condutores de motocicletas", destacou. O diretor lembrou também que a quinta causa de morte entre adolescentes, em 2004, foi o suicídio: "Em um ano, o suicídio provocou cerca de 8 mil óbitos no Brasil".