Agência Brasil
Brasília - O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) informa que uma comissão de representantes de movimentos sociais e sindicatos visita hoje (20) o acampamento dos Guarani Kaiowá na beira da rodovia MS-289, em Mato Grosso do Sul. Eles foram retirados da terra tradicional Kurus Ambá, na região de Amambaí e Coronel Sapucaia, que haviam retomado em operação que resultou na morte de uma indígena de 70 anos, no dia 9. Além de representantes da vice-presidência do Cimi, a comissão tem ainda integrantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Comissão Pastoral da Terra (CPT) e da Federação dos Professores do Estado, entre outras entidades. O objetivo é "avaliar com os indígenas quais as melhores formas de transformar a solidariedade em ações concretas".O grupo de índios tem cerca de 36 famílias acampadas e, segundo o Cimi, três dos líderes participaram de reuniões ontem (18) em Campo Grande, onde um deles, Ortiz Lopes, informou que a prisão "dá maior liderança da retomada", Francisco Fernandes, e de mais quatro homens foi uma "armação". Os quatro indígenas foram presos sob a acusação de terem roubado um trator. Ortiz Lopes narrou o episódio: "O fazendeiro da fazenda Madama chegou lá, conversou com as lideranças, cedeu o trator e disse que a gente podia usar. O líder da retomada estava indo de trator buscar comida para a comunidade, e aí a polícia apareceu. Foi uma armadilha". Ele acrescentou que em nenhum momento foi ouvida a versão dos Guarani. E informou que desde a retirada dos índios por um grupo armado e encapuzado, que chegou ao local em 12 caminhonetes e com um ônibus, está desaparecido um jovem de 14 anos.