PR anuncia apoio a Chinaglia

15/01/2007 - 18h58

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Partido da República (PR) - formado pela fusão do PL, PSCe Prona, ainda não oficializado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) -decidiu hoje (15) apoiar a candidatura do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) àpresidência da Câmara dos Deputados. Dos 33 deputados que participaram davotação secreta, 27 optaram por Chinaglia e seis por Aldo Rebelo. Novedeputados enviaram, por ofício, suas declarações de voto ao petista.O líder do PR, Luciano Castro (RR), informou que emfevereiro o bloco pode chegar a 45 deputados por conta de adesões que estão emnegociação. Hoje, ele anunciou a filiação do governador do Mato Grosso, BlairoMaggi. O parlamentar negou que o apoio à candidatura de ArlindoChinaglia tenha ocorrido em troca da concessão a estes partidos da 4ºSecretaria da Câmara dos Deputados. Este cargo, pelo princípio daproporcionalidade das bancadas, caberia ao PT. “Caso o bloco se confirme até 1ºde fevereiro, a indicação caberá ao PL-PSC-Prona e não dependerá do PT”,afirmou o líder.Ele descartou, também, que tal negociação teria por objetivoconduzir o deputado Inocêncio Oliveira (PL-PE) ao cargo. Inocêncio era umdefensor da candidatura à reeleição do presidente da Câmara, Aldo Rebelo(PCdoB-SP). A partir de hoje, ele disse que se engajará na campanha deChinaglia: “Fui por 8 anos líder do PFL e de um bloco que chegou a ter 142deputados. Uma de minhas características era exigir fidelidade da bancada e,por isso, acompanharei a decisão do meu partido”, afirmou Inocêncio.Inocêncio Oliveira disse que conversará ainda hoje comRebelo para comunicar a decisão do PL e da posição que adotará a partir deagora. “Caititu (porco do mato) que anda fora do bando vira comida de onça”, disse.  Após a decisão do bloco, Chinaglia compareceu à reunião paraagradecer o apoio dos parlamentares. Em entrevista à imprensa, afirmou que oseu desafio, se for eleito presidente da Câmara, será resgatar a imagem daCasa. “A atual legislatura foi difícil, trouxe inúmeros dissabores, mas comotemos conversado com os parlamentares a nossa tarefa é ter uma Câmararespeitada pela população”.Perguntado se não se sentia desconfortável por receber oapoio de um partido – no caso o PL – que esteve diretamente vinculado aochamado “mensalão”, Chinaglia disse que uma série de outros partidos tambémfizeram parte das investigações de pagamentos a parlamentares em troca de apoiopolítico. “Houve uma renovação e todos foram eleitos pela soberania do votopopular”, afirmou.Chinaglia disse que não terá problema de submeter aoplenário qualquer projeto de lei de iniciativa popular. Esta afirmação foifeita após pergunta de um jornalista se colocaria em votação projeto deiniciativa popular para uma possível recondução do ex-deputado José Dirceu(PT-SP) à Câmara dos Deputados. Dirceu e Roberto Jefferson (PTB-RJ) foram osprimeiros parlamentares cassados pela Casa por envolvimento no esquema do“mensalão”.