Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O deputado Raul Jungmann (PPS-PE), ministro doDesenvolvimento Agrário no governo Fernando Henrique Cardoso, afirmou que nãohá indícios de desvios nos contratos de publicidade durante sua gestão e querenuncia caso algo nesse sentido seja provado. Ele concedeu entrevista coletivaà imprensa na Câmara hoje (15).A Procuradoria da República no Distrito Federal encaminhou àJustiça Federal denunciando o deputado por improbidade administrativa. Segundoa denúncia, que abrange mais oito pessoas, Jungmann participou de um esquemaque desviou R$ 33 milhões de recursos públicos para o pagamento de contratos depublicidade do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra),subordinado ao ministério. Na coletiva de hoje, para contestar a acusação,Jungmann fez um balanço das investigações pelas quais esses contratos passaram.De 2000 a 2002, segundo o ex-ministro, o Incra realizou trêssindicâncias sobre o assunto. Em 2003, foi aberto o inquérito pela procuradoriae em 2004 foi instalado, pelo Incra, um processo administrativo-disciplinar,concluído no mesmo ano. Ele afirmou que em nenhum momento “existem acusações ousequer indícios de roubo ou apropriação indébita de um real ou centavo” nas 900páginas do processo.Jungmann disse que não se trata, dessa forma, de umaação penal, pois o crime não existiria. Acrescentou que todos os contratos sederam via licitação e que a lisura deles “não é contestada pelo MinistérioPúblico”. “Eu renuncio de meu mandato se alguém achar nesse processo um desviodessa ordem para o meu bolso ou de alguém. Mesmo porque, se isso existisse,seria desvio de dinheiro público – peculato”, declarou.