Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Uma iniciativa como o Grupo das Arteiras – cooperativa deprodução de pães de seis favelas do Rio – traz benefícios principalmente para aauto-estima dessas moradoras de comunidades de baixa renda. A avaliação é docoordenador da organização não-governamental (ONG) que apóia o projeto,Instituto de Análises Econômicas e Sociais (Ibase), Itamar Silva. O grupo produz alimentos e reinveste o dinheiro no próprionegócio, em um esquema de economia solidária, ou seja, um empreendimento em queelas se organizam e realizam as tarefas de forma solidária. Também conta comuma cooperativa de 16 mulheres que trabalham com papel reciclado“O fundamental nesse projeto é essas mulheres se descobrireme descobrirem o potencial que elas têm. Acho que, depois desse projeto, elassão outras em sua casa, nas comunidades onde elas vivem e na sociedade”, dizSilva.Além disso, a economia solidária pode tornar-se a principalfonte de renda para essas mulheres que são, em sua maioria donas-de-casa oudomésticas, como conta Mônica Francisco, moradora do Morro do Borel eintegrante do grupo.“Ainda é visto como uma coisa complementar ealternativa”, comenta. “Mas o nosso pensamento caminha para que isso seja nossarenda única, produzida por nossas próprias mãos. A gente tem trabalhado dentrodo grupo a questão da autogestão, de dividir os recursos, de se apropriardesses recursos e de gerenciar esses recursos. As mulheres têm se capacitado”,afirma.