Tucanos criticam decisão de PSDB apoiar petista na Câmara

12/01/2007 - 17h54

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A discussão sobre o apoio do PSDB à candidatura do líder do governo Arlindo Chinaglia (PT-SP) à Presidência da Câmara saiu da esfera da bancada de deputados. O líder da bancada tucana no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM), e o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso divulgaram notas hoje (12), em separado, criticando a decisão de apoiar Chinaglia, anunciada ontem pelo líder do PSDB na Câmara, Jutahy Magalhães Júnior (BA).Em sua nota, Virgílio Neto afirma que “o apoio do PSDB à candidatura Chinaglia, por suas implicações políticas, transcende o âmbito das decisões da liderança naquela Casa”.Arthur Virgílio disse, ainda, que se fosse deputado federal votaria em Aldo Rebelo (PCdoB-SP), “com uma única exigência: a de por a instituição acima de tudo”. Na mesma linha do deputado eleito, Paulo Renato Souza (PSDB-SP), o líder do partido no Senado disse que pedirá à Executiva Nacional do partido a convocação de uma ampla reunião, “com a presença dos deputados, senadores e das figuras mais representativas do partido, para decidir essa questão”.Fernando Henrique qualificou de “precipitação” a atitude do líder tucano na Câmara. O ex-presidente defende que o partido mantenha-se na oposição ao PT. “Ainda há tempo para as lideranças pensarem na opinião pública e nos milhões de brasileiros que esperam do PSDB uma posição construtiva, mas oposicionista, para que possamos manter a esperança de dias melhores”.Lideranças de outros partidos de oposição também criticaram a decisão de Jutahy. O líder do PPS na Câmara, Roberto Freire (PE), qualificou a decisão de “inexplicável”. No mesmo entendimento do presidente da Câmara e candidato à reeleição, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), o líder do PPS atribuiu a decisão a problemas regionais enfrentados pelo PSDB, mais especificamente, na Bahia, São Paulo e Minas Gerais.Segundo Freire, os governadores tucanos José Serra (São Paulo) e Aécio Neves (Minas Gerais), além do líder Jutahy Júnior teriam atrelado o apoio a Chinaglia à sucessão nas presidências das Assembléias Legislativas destes estados. “Essa estratégia é totalmente equivocada. Eles têm que enfrentar a realidade política local, sem interferir nas decisões nacionais”.