Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os recursos captados pelas empresas brasileiras em 2006 atingiram o montante de R$ 125 bilhões, envolvendo emissões de ações e debêntures (títulos de dívida de empresas conversíveis ou não em ações), entre outros instrumentos de mercado, mostrando acréscimo de 76% em comparação ao ano anterior.Na análise do Superintendente de Relações com Empresas da Bolsa de Valores de São Paulo(Bovespa), João Baptista Fraga, os investidores e as companhias brasileiras são os grandes beneficiados por essa expansão do mercado. “O total captado é importante. São recursos que foram para o caixa das empresas e quando isso acontece, eles têm três finalidades”, informou Fraga.A primeira delas é para investimento na construção de novas fábricas ou na expansão de serviços já existentes. “Isso beneficia a economia como um todo porque é mais atividade econômica, mais empregos, mais impostos pagos aos municípios, Estados e União”. O segundo objetivo dos recursos captados  no mercado é, muitas vezes, a reestruturação de dívidas. O terceiro motivo pelo qual as companhias utilizam recursos captados no mercado é a aquisição de empresas que  atuam em setores que apresentam fragmentação, indicou Fraga. Ele analisou que esse movimento também é positivo para a economia, na medida em que permite que haja mais ganhos  de escala no setor.O superintendente da Bovespa afirmou que o mercado de capitais ganhou um fôlego maior no governo Lula. Fraga disse que o processo de dinamização do mercado já vinha acontecendo, “mas o governo contribuiu para isso, na medida em que garantiu a estabilidade econômica, com baixa inflação, dólar a um nível razoável e uma política econômica e financeira responsável. Tudo isso contribuiu, sem dúvida, para que os investidores em geral ganhassem mais confiança em relação à economia brasileira”, frisou.