Flávia Castro
Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O município de Itaperuna, no Rio de Janeiro, poderá ter o fornecimento de água interrompido na noite de hoje (12), em conseqüência do vazamento de lama causado pela empresa Rio Pomba Mineração, de Minas Gerais. Laje do Muriaé foi o primeiro município do estado a ficar sem água, depois invadido pela cheia do rio Muriaé na manhã de ontem (11). A informação foi dada pelaassessoria de comunicação da Companhia de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae).O vazamento foi causado pelo rompimento de uma barreira de contenção de resíduos da empresa Rio Pomba Mineração, que pertence ao Grupo Química Cataguases. A estrutura da barragem não suportou o aumento do volume de água após as fortes chuvas que atingem a região há mais de uma semana.O comércio nos municípios do norte do estado do Rio começa a sentir os prejuízos do acidente. O município de Itaperuna já sofria com o problema da cheia do rio Muriaé, que deve ficar ainda mais intensa com a chegada da onda de lama. De acordo com o presidente do Sindicato do Comério Varejista de Itaperuna e Região, Edimilson Alvarenga, cerca de 40 empresas não abriram as portas hoje (12) no município. “Estamos hoje com 5,33 metros acima do leito normal [do rio Muriaé], o que já é muita coisa, porque a avenida principal já foi atingida e várias empresas fecharam as portas”, disse Alvarenga.Segundo ele, o problema não é apenas a impossibilidade de abrir as portas devido ao alto nível das águas. “Você Imagina se as pessoas teriam condições de consumir numa situação dessa? Em uma situação de risco, a primeira coisa é saúde e alimentação”, afirmou Alvarenga.Mais três municípios correm o risco de ser atingidos: Italva, Cardoso Moreira e São José de Ubá. Para contornar a situação, a Cedae já enviou 40 carros-pipa para a região. Além disso, 140 mil copos de água foram providenciados para o município de Laje do Muriaé.A Cedae informou que a dimensão do vazamento de lama de bauxita é ainda maior do que a instituição previa. Mais de 70 quilômetros do resíduos percorrem o rio Muriaé. Apesar de o produto não ser tóxico, a composição de bauxita com sulfato de alumínio tem causado a mortandade dos peixes do rio.