Flávia Castro
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O vazamento de dois bilhões de litros de lama de argila esulfato de alumínio no rio Miraí, no município de Miraí, em Minas Gerais, namadrugada de hoje (10), pode deixar 100 mil pessoas sem água no estado do Riode Janeiro. A estimativa é do presidente da Companhia de Águas e Esgotos do Riode Janeiro (Cedae), Wagner Victer. O vazamento foi causado pelo rompimento de uma barreira decontenção de resíduos da empresa Rio Pomba Mineração, do Grupo QuímicaCataguases. A estrutura da barragem não suportou o aumento do volume de águaapós as fortes chuvas que atingem a região há mais de uma semana.Segundo Victer, os resíduos devem chegar ao estado do Rio deJaneiro ainda na madrugada desta quinta-feira (11), pelo rio Muriaé, o que podecausar a interrupção no fornecimento de água para as populações de diversascidades. “Esta questão é inaceitável. A empresa deveria estar fechada e osresponsáveis deveriam estar presos”, criticou Victer.O rio Muriaé desemboca no rio Paraíba do Sul, que passa porCampos, um dos principais municípios fluminenses, no norte do estado.Para contornar a situação, a Cedae já providenciou o enviode 38 carros-pipa para os cinco municípios que poderão ser diretamenteafetados: Laje do Muriaé, Itaperuna, Italva, Cardoso Moreira, e São José de Ubá.O secretário de Meio Ambiente do Rio de Janeiro, CarlosMinc, classificou o episódio de crime ambiental. “O dono da fábrica temresponsabilidade objetiva, pois o vazamento é reincidente e não foram tomadasprovidências suficientes para evitar a poluição", criticou Minc.Minc enviou um ofício ao Instituto Brasileiro do MeioAmbiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a empresaresponsável poderá ser multada. O governo de Minas Gerais interditou, de forma definitiva,na manhã de hoje (10), a mineradora Rio Pomba Cataguases, cuja barragem rompeuna madrugada de hoje provocando o vazamento de lama de bauxita em rios daregião de Miraí, na Zona da Mata mineira, e do noroeste fluminense. A decisãopela interdição foi tomada devido à reincidência do caso, já que um incidentesemelhante já havia ocorrido em março do ano passado.O secretário de Agricultura do Rio de Janeiro, CristinoÁureo, foi acionado, pois o acidente pode afetar os agricultores e criadores degado que vivem próximos à região.