Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Famílias que integram o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) ocupam desde ontem (9) a fazenda Campestre, no município de Chorozinho, no Ceará. O MST e a Polícia Militar (PM) do município discordam quanto ao número de acampados no local. De acordo com o movimento são cerca de 130 famílias e a estimativa da PM é de aproximadamente 20 famílias. O proprietário da fazenda registrou boletim de ocorrência na delegacia local e apresentou laudo do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), de dezembro de 2006, que atesta que a propriedade é produtiva, de acordo com o chefe da unidade policial de Chorozinho, Cleodato Fernandes. O integrante da direção do MST no Ceará, Erivandro Santos, questiona a produtividade da área. “Conhecemos a propriedade e sabemos que não é produtiva”. Essa é a segunda vez que a fazenda é ocupada pelos integrantes do movimento, de acordo com ele. Na primeira vez a Justiça determinou a desocupação. Erivandro Santos afirma que agora a intenção é não sair da propriedade.No início da tarde representantes da Comissão Pastoral da Terra, da Ordem dos Advogados do Brasil, do Incra e do MST se reúnem para negociar. “Queremos abrir um canal de discussão para impedir essa reintegração de posse e queremos que a área seja desapropriada para fins de reforma agrária”, conta Santos. O MST informou que policiais foram até o local e, apesar de não terem mandado judicial, ameaçaram expulsar os acampados. O chefe da unidade policial de Chorozinho, Cleodato Fernandes, contesta a informação e afirma que a polícia foi à área ocupada apenas informar as famílias que a fazenda Campestre é considerada produtiva e que o proprietário deve recorrer à Justiça para obter ordem de reintegração de posse.“A polícia vai agir apenas se o juiz determinar a desocupação e designar contingente policial suficiente, senão corremos o risco de responder judicialmente por abuso”, afirma Fernandes.