Desafio do Fórum Social é buscar consenso entre diferentes, diz sociólogo

10/01/2007 - 15h51

Daniel Merli e Thais Leitão
Repórteres da Agência Brasil
Brasília e Rio de Janeiro - A grande diferença de opinião entre os participantes do Fórum Social Mundial não é considerada um problema para o sociólogo Cândido Grzybowski. Diretor do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), ele comentou hoje pesquisa de opinião que mostra que não há consenso no Fórum sobre algumas das bandeiras de organizações sociais que participam do encontro.“Isso é um desafio para nós. Existem sim divergências, mas precisamos saber respeitá-las e aprender com elas”, avalia. “Não podemos dizer que somos iguais, homogêneos. Os participantes são muito diversos em termos culturais e até de compreensões das palavras”, afirma.Grzybowski considera que a diferença de visões está ligada à diversidade de origem dos participantes. A pesquisa torna isso claro, segundo ele, ao mostrar a diferença de opiniões no Fórum da África e da América Latina.Outro desafio, para o sociólogo, é diversificar o perfil de participantes do encontro. A pesquisa mostra que a maioria das pessoas que vai ao Fórum ainda é de ensino superior. Os militantes que contam apenas com o ensino fundamental são minoria. Oito em cada dez entrevistados estava ou já havia passado pela universidade.A pesquisa de opinião encomendada pelo Ibase ouviu 4.800 participantes do Fórum de 2006, em Venezuela e Mali. Naquele ano, o encontro aconteceu em três países diferentes. Este ano, o encontro acontece apenas em Nairóbi, capital queniana, na África, a partir do próximo dia 20.