Espírito Santo descarta, por enquanto, ajuda federal para conter onda de ataques a ônibus

08/01/2007 - 19h04

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O secretário de Justiça do Espírito Santo, Ângelo Roncalli,afirmou hoje (08) que apesar dos recentes ataques a ônibus na Grande Vitória, ogoverno do estado descarta, por enquanto, a hipótese de pedir auxílio da ForçaNacional de Segurança. Segundo Roncalli, a polícia local tem conseguido investigaros casos e prender suspeitos. “O governo estadual, pelo menos até agora, estádando conta da situação”, alegou. Ao todo, dez acusados de cometerem osatentados foram presos no estado.O secretário, no entanto, assegurou que o Espírito Santopode recorrer à ajuda federal caso os ataques se intensifiquem. “O própriogovernador (Paulo Hartung) já declarou que pedirá auxílio se julgarnecessário”, ressaltou Roncalli.Desde o último dia 29 de dezembro, seis ônibus foramqueimados por criminosos na região metropolitana de Vitória. Uma viatura daPolícia Civil pegou fogo em Guarapari, no litoral do estado, e a alaadministrativa da Penitenciária Agrícola de Viana, também na Grande Vitória,foi incendiada por um coquetel molotov.Na avaliação do secretário, a integração entre a ForçaNacional de Segurança e as polícias Civil e Militar é essencial para que aajuda da União para o combate ao crime organizado no Rio de Janeiro tenhasucesso. Nesta semana, cerca de 500 membros das tropas federais estão chegandoa Brasília, de onde partirão para a capital fluminense nos próximos dias. Adata exata do embarque para o Rio ainda não foi divulgada.Ele baseia sua avaliação no resultado das ações das tropasno Espírito Santo, que recorreu ao auxílio do governo federal em 2004 e 2006.Para Roncalli, o planejamento conjunto e a definição clara de atribuições sãoelementos-chave para o êxito das operações. “Os representantes das forças federais precisam ser incluídosna rotina do governo estadual durante a estadia”, destacou. “Esse é um conselhoque daria para as autoridades do Rio”.Por duas vezes, o Espírito Santo recorreu à Força Nacionalde Segurança a pedido do governador Paulo Hartung. Em dezembro de 2004, 150 homensdas tropas federais ajudaram no policiamento de paradas e terminais de ônibusem meio a uma onda de violência e atentados no estado. A operação durou 60dias.Em junho do ano passado, a força federal atuou no ComplexoPenitenciário de Viana após uma série de rebeliões no Espírito Santo. Até oinício de outubro, 178 homens monitoraram a saída de presos e fizeram revistasnas carceragens com apoio da Polícia Militar, ajudando a controlar a situaçãonos presídios do estado.