Relatório mostra que mais de mil servidores foram punidos por irregularidades em quatro anos

05/01/2007 - 13h16

Priscilla Mazenotti*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Cerca de 50 altos dirigentes de estatais foram exonerados cargos nos últimosquatro anos por envolvimento em irregularidades, segundo relatório daControladoria Geral da União (CGU). Outros 973 servidores públicos foramdemitidos, 62 tiveram as aposentadorias cassadas e 76 foram destituídos decargos em comissão. O relatório foi entregue à Casa Civil no final do ano.As acusações que pesam sobre esses funcionários vão desde recebimento devantagens em troca de facilidades, fraude em licitações, improbidadeadministrativa até reajustamento de contratos sem as devidas justificativaslegais “e uma série de outras nessa linha”, como disse o ministro da CGU, JorgeHage. A CGU ainda investiga 364 pessoas por enriquecimento ilícito. Entre eles,está o diretor financeiro da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária(Infraero), Adenauer Nunes. Outros 368 servidores estão tendo sua evoluçãopatrimonial investigada, mas, segundo Jorge Hage, cerca de 17 mil servidorespúblicos também serão incluídos nessa lista.“Escolhemos determinados órgãos, determinados tipos de função que, pelohistórico dos trabalhos da Controladoria, são setores de risco, áreas queoperam em licitações envolvendo grandes somas, órgãos que têm grande incidênciade denúncias. Por certos critérios construímos junto com a Receita Federal essetrabalho de avaliação. Daí poderão resultar novos processos de enriquecimentoilícito”, disse.Hage disse que os próximos relatórios a serem concluídos pela CGU são frutode investigações no Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos NaturaisRenováveis (Ibama) e na Delegacia Regional do Trabalho no Rio de Janeiro, ondeum grupo formado por funcionários e auditores fiscais é acusado deirregularidades como a concessão de benefício de empresários em investigaçõestrabalhistas.“O trabalho da CGU nesses quatro anos mostra o fim do clima da impunidade absolutana administração federal brasileira”, concluiu Hage.*Contribuiu Lourenço Melo