Emissoras de rádio e agências públicas de notícias da América do Sul discutirão parcerias

05/01/2007 - 13h00

Marcela Rebelo e Paulo Machado
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Entre os veículos que podem atuar no intercâmbio deinformações entre as populações dos países do Mercosul, as emissoras públicas derádio exercem um papel importante. “Hoje, quase todo mundo consegue gravar,baixar e enviar áudio pela internet. Então, não existem complicações técnicasrelacionadas ao rádio”, destaca a chefe substituta do Departamento de Rádio daRadiobrás, Sofia Hammoe.O Brasil conta com diversas emissoras públicas de rádio quepodem atuar nesse processo, segundo Hammoe. Entre elas a Rádio Nacional AM de Brasília e do Riode Janeiro, a Rádio Nacional FM de Brasília e a Rádio Nacional da Amazônia, todas da Radiobrás. Háainda a Rádio MEC, mantida pelo Ministério da Educação, e as rádios Câmara, Senado e Justiça, dos poderes Legislativo e Judiciário. Todas as rádios comunitáriastambém poderiam participar desse processo (entre registradas e não-registradas,estimativas sugerem que existam mais de cinco mil comunitárias no país).Atualmente, segundo Sofia, já ocorre a troca de conteúdoentre os países da América do Sul, mas não de forma rotineira. “Existe sempreuma parceria, até informal, sobre os assuntos mais polêmicos, maisimportantes”, conta ela.Para intensificar esse intercâmbio e fortalecer a integraçãoentre os países do Mercosul, cerca de 100 gestores de empresas públicas decomunicação se reúnem em um seminário, em Buenos Aires(Argentina), entre os dias 10 e 12 de janeiro.De acordo com Sofia, a idéia é intensificar o conteúdolatino-americano na programação das rádios da Radiobrás. “Na rádio FM, tem umprograma que se chama Nossa América, em que são veiculadas outras músicas daAmérica Latina. Na Rádio da Amazônia, músicas de outros paíseslatino-americanos também são tocadas”.O coordenador nacional do Brasil na Reunião Especializada de Comunicação Social do Mercosul, Jorge Duarte, ressalta a importância do rádio nesse processo de integração. “É um veículo que tem um impacto extraordinário e muito importante para o fortalecimento da cidadania, para a formação das pessoas”, disse.Ele diz que a diferença do idioma pode dificultar, mas não impedir a troca de informações entre as emissoras de rádio dos países do Mercosul. “Nada impede, por exemplo, que daqui a 3 meses você já esteja acionando um repórter de uma emissora pública da Argentina para contar o que está acontecendo no país. Não vai ser um programa em espanhol, mas apenas uma colaboração”.Já entre as agências públicas de notícias, como as brasileiras Agência Brasil, Câmara e Senado, também devem firmar acordos de cooperação durante o evento em Buenos Aires. A Agência Brasil já possui acordo com a Agência Lusa, de Portugal, incluindo troca de conteúdos, intercâmbio deprofissionais e desenvolvimento tecnológico.