Parceria pode dar bons resultados no combate à violência, diz professor

03/01/2007 - 13h06

Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As negociações entre os governos federal e do Rio de Janeiro sobremedidas concretas para combater a criminalidade no estado demonstram,“pela primeira vez em muitos anos”, a disposição de solucionar osproblemas em conjunto e podem trazer resultados positivos “pelo menosem médio prazo”. A avaliação foi feita pelo sociólogo e professor docurso de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Estadual do Rio deJaneiro (Uerj), José Augusto Rodrigues, ao comentar a possibilidade deenvio da Força Nacional de Segurança Pública ao estado.Hoje(3), o assunto está sendo discutido em duas reuniões no Rio. Participamdo primeiro encontro o secretário nacional de Segurança Pública, LuizFernando Corrêa, e o secretário estadual de Segurança Pública, JoséMariano Beltrame. À tarde, os dois voltam a se reunir, dessa vez com apresença do governador Sérgio Cabral e de representantes do governo doestado."O que tem de interessante nessa vinda ou no acordosobre a vinda da Força Nacional para o Rio de Janeiro é o fato de que,depois de muitos anos, o governo federal e o governo estadual semostram desarmados, interessados em cooperar para encontrar uma soluçãopara os problemas de segurança pública do estado”, destacou Rodrigues,em entrevista à Rádio Nacional AM.Para o sociólogo,a expectativa é de que a partir dessas conversas os governos federal eestadual e também a prefeitura do Rio comecem a “alinhar posições efalar a mesma linguagem”. “Se esses três entes federativos cooperam,abre-se um horizonte de solução do problema senão imediatamente, maspelo menos no médio prazo”.Outro ponto fundamental, noentendimento do especialista, é o “investimento maciço” em inteligênciapolicial. “Esse tipo de ação [de combate ao crime organizado] dependefundamentalmente de uma maior inteligência policial para poder agir commais eficácia, de forma mais pontual e inclusive concentrando forças emlocais específicos, em modos específicos, evitando inclusive tiroteiosdesnecessários”.Para o professor, as ações de inteligênciapodem atingir melhores resultados se forem conduzidas por policiaisfederais, em vez dos policiais militares e bombeiros que integram aForça Nacional. “Sou muito cético em relação ao efeito que a vinda daForça Nacional possa trazer de imediato para a situação de segurança ouinsegurança da cidade”.“Acho que o que é importanteefetivamente para resolver o problema da segurança, ou pelo menos daação desses grupos mais organizados que atuam no Rio de Janeiro, em SãoPaulo, é um investimento maciço em inteligência policial. Nestesentido, essa ação de inteligência policial pode ser mais bem exercidapela Polícia Federal do que pela Força Nacional de Segurança”,completou.