Analistas e voluntários definem concessão do selo de recomendação da Justiça

03/12/2006 - 12h02

Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Uma equipe de analistas e voluntários de diferentes áreas, como psicologia, direito, administração e comunicação é quem dá o parecer para a nota categoria que o Ministério da Justiça adotará n a classificação indicativa de obras audiovisuais, espetáculos e jogos eletrônicos destinados ao público infanto-juvenil, o selo de Especialmente Recomendado (ER). Caberá a eles fazer a análise das cenas e dos temas para chegar à graduação da obra de acordo com a faixa etária a que se destina. Para o psicólogo Carlos Prates, integrante do grupo, algunsfilmes podem ajudar no desenvolvimento da personalidade da criança ouadolescente. “Esse tipo de filme recebe um título especial – é o filme que estimula a criança com reflexões quevenham a inseri-la na família e na sociedade de forma mais produtiva”, disse.A forma como são elaborados os personagens e a mensagem são alguns dos pontosanalisados. “A distinção entre o real e o imaginário é muito tênue. Acriança acredita nas coisas, nos personagens como se eles fossem deverdade”, acrescentou.A classificação indicativa surgiu coma Constituição Federal de 1988, para substituir a censura pelo carátereducativo, com informações aos pais sobre o conteúdo das obras e jogos, como forma de proteger acriança de programas não recomendáveis.Além do novo selo, aclassificação é dividida em cinco faixas de idade. A partir de 10 anos, para os programas quetenham imagens de ameaça, agressão verbal, consumo de drogas lícitas; o de 12 anos, para os de conteúdo violento e sexual, narração de crimesde atos agressivos, nudez velada e consumo de drogas lícitas; o de 14 anos, para os que contenham insinuações sexuais, linguagem depreciativa, violênciae alusão ao consumo de drogas ilícitas; o de 16 anos, para obrascom violação sexual, atos violentos e exploração sexual; e o de 18 anos, para os conteúdos com cenas de sexo, violênciadetalhada e apologia ao consumo repetido de drogas ilícitas. Noano passado, o Ministério da Justiça realizou uma consulta públicasobre o que a sociedade esperava desse serviço, com a participação decerca de 23 mil pessoas por meio de questionários distribuídos ou pelainternet. Segundo a pesquisa, a maioria das pessoas (82%) vê aclassificação etária como um serviço pedagógico para proteger criançase adolescentes e como um instrumento de qualidade da programação edefesa dos direitos humanos.