Setor privado é o principal responsável por desempenho das exportações, diz secretário

01/12/2006 - 17h53

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O bom desempenho das exportações brasileiras registrado ao longo deste ano se deve “ao trabalho forte do setor privado”, avaliou hoje (1°) o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Armando Meziat.

“Os exportadores brasileiros estão de parabéns, porque no  início do ano ninguém acreditava nessa performance. Por meio de um trabalho de persistência, de racionalização de custos e de incorporação de  novas tecnologias, eles conseguiram superar todas as expectativas, atingindo até agora, no ano, a marca de U$ 125 bilhões”.

A marca já supera o recorde atingido no ano passado pelas exportações, que foi de U$ 118 bilhões. "Ou seja, a  meta deste ano, em torno de U$ 135 bilhões para as exportações, vai ser cumprida, com certeza”.

Por outro lado, Meziat  reconheceu que as importações apresentam um ritmo de crescimento mais acentuado do que as exportações. “O Brasil tem demanda por essas importações, considerando a taxa de câmbio que é atrativa”.

Segundo ele, a pauta de importação continua concentradas em matérias-primas e produtos intermediários, ou seja, nos insumos das indústrias nacionais, na área de máquinas e equipamentos, os chamados bens de capital. Ele acrescentou estar havendo aumento significativo da importação também nos bens de consumo, o que ele considera positivo porque “atende aos interesses dos consumidores brasileiros”.

Meziat afirmou que o fato de o ritmo de crescimento das importações estar maior que o das exportações  não preocupa o ministério.  Ele argumentou que o crescimento das importações é importante para o Brasil por causa dos benefícios que trazem ao setor produtivo.

“A importação, da forma como vem ocorrendo, não nos causa preocupação, mesmo porque, o Brasil já dispõe hoje de instrumentos de defesa comercial, no caso de as importações começarem a se tornar danosas ou desleais, com preços muito baixos ou volumes muito grandes. Os instrumentos de defesa comercial existem para coibir essas situações”.

No curto e médio prazo, acrescentou o sceretário, a manutenção desse ritmo de crescimento deverá ter impacto sobre o câmbio. “Imagina-se que, se as importações continuarem a crescer a uma taxa superior à das exportações, o saldo vai diminuir e a pressão sobre o dólar diminuirá também, podendo ter algum reflexo na flutuação do câmbio”.