Polícia Federal apreende 74 mil litros de combustível na Amazônia

01/12/2006 - 14h24

Thaís Brianezi
Repórter da Agência Brasil
Manaus - A Polícia Federal informou hoje (1º), ao divulgar balanço da Operação Crivo, de combate ao comércio de combustíveis roubados no rio Madeira, que foram apreendidos na região 74 mil litros de combustível, no período de 18 a 30 de novembro. As buscas realizadas por 16 policiais federais em postos flutuantes da região [conhecidos como pontões] resultaram na apreensão de aproximadamente 38 mil litros de gasolina, 31 mil de óleo diesel, 4,6 mil de álcool e 400 litros de óleo lubrificante.A ação foi organizada com base em denúncias de comerciantes e da população, em geral, do município de Manicoré, no Amazonas. “Existe um desvio endêmico de toda carga que sobe o rio Madeira. A maioria é de combustível, levado para os pontões para ser vendido de forma clandestina aos ribeirinhos e barqueiros da localidade. Mas não é um problema exclusivo de lá, ele se repete em toda a Região Norte”, disse o delegado responsável pela operação Crivo, Mauro de Avila Martins Filho, em entrevista à Radiobrás. Nos povoados ribeirinhos localizados no meio da floresta, os combustíveis são essenciais não só para o transporte fluvial, mas para a geração de energia elétrica em pequenas centrais comunitárias (regionalmente conhecidas como “motor de luz”). Pela dificuldade de acesso, o preço da gasolina e do óleo diesel nesses locais é bem alto do que o cobrado nas bombas das grandes cidades da Amazônia, o que contribui para fomentar o comércio ilegal.“A gasolina recolhida é do tipo A [pura, ainda sem adição de álcool na proporção determinada pela Agência Nacional de Petróleo – ANP], cuja venda direta é proibida. A origem dela está ligada ao desvio realizado pelos próprios funcionários contratados pelas distribuidoras e ao assalto às balsas transportadoras”, detalhou Martins Filho. O delegado explicou que a distribuição, revenda ou aquisição de combustível não autorizado pela ANP constitui crime cuja pena varia de um a cinco anos de detenção. “Quando apreendemos o combustível, a venda não estava sendo realizada. Logo, não temos situações de flagrante. Por isso, os indiciados responderão ao inquérito em liberdade”, disse ele. Martins não informou o número de pessoas indiciadas, justificando que o inquérito ainda está em processo - como não há suspeitos detidos, ele pode demorar até 30 dias para ser concluído. O combustível apreendido está armanzenado nos depósitos de uma distribuidora, escolhida para ser a fiel depositária do produto, enquanto a Justiça não define o que deverá ser feito com ele. De acordo com Martins Filho, a Operação Crivo foi a primeira grande ação da Polícia Federal no combate ao comércio ilegal de combustíveis nos rios da Amazônia.