Elaine Patricia Cruz e Paulo Montoia
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O aumento do salário mínimo, dos atuais R$ 350 para R$ 420, "deve ser negociado", afirmou hoje (29) o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, em entrevista antes da mobilização no centro da capital, que reuniu cerca de 500 pessoas, antecipando a 3ª Marcha do Salário Mínimo, prevista para a próxima quarta-feira (6), em Brasília. Ele lembrou que o aumento pretendido pelas centrais sindicais levou em consideração "a perda salarial, adicionado de um aumento real". E que no ano passado o reajuste conseguido levou a uma expansão do consumo e a maior distribuição de renda. Neste ano, a meta é "recompor o poder de compra daqueles que ganham o menor salário do país". Segundo o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique da Silva, que também participou da mobilização, o novo valor do mínimo considera uma projeção da inflação da ordem de 3%, acumulada entre os dias 1º de abril de 2006 e 31 de março de 2007, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (INPC/IBGE), acrescido de um aumento real de 16,5%. Ele lembrou que o último aumento real foi de 13,02%.“O que propusemos foi um aumento real próximo ao reajuste passado, evidentemente maior, colocando ao governo que é preciso estabelecer uma política permanente de valorização do salário mínimo, até porque não temos a garantia de que nos próximos anos teremos algum aumento real”, disse o presidente da CUT.Sobre a valorização permanente do salário mínimo, ele acrescentou que “poderia ser baseada nas perdas da inflação, no crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] ou, talvez, num percentual de aumento real”.Além do reajuste do salário mínimo, as centrais sindicais também propõem aumento de três para cinco no número de alíquotas do Imposto de Renda (IR) e um reajuste emergencial de 7,7% na tabela desse tributo.