Antonio Arrais
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara dos Deputados,destinada a investigar as organizações criminosas do tráfico de armas,suspendeu a reunião em que seria votado o relatório final do deputado PauloPimenta (PT-RS), em vista do início da ordem do dia do plenário da Câmara. Umanova reunião, ainda hoje, logo após a ordem do dia, foi marcada pelo presidenteda comissão, deputado Moroni Torgan (PFL-CE), para concluir a votação.Uma reunião paralela da própria comissão, que durou mais detrês horas, também contribuiu para o adiamento da votação. Os parlamentaresmembros da CPI do Tráfico de Armas discutiram, a portas fechadas, os pontospolêmicos do relatório do deputado Paulo Pimenta. Prevista para ser iniciada às14 horas, a reunião da CPI foi aberta às 17h15, quando a ordem do dia, comvotações no plenário da Câmara, já havia sido iniciada.O deputado Alberto Fraga (PFL-DF) resumiu o espírito dareunião sigilosa feita antes pelos membros da CPI, afirmando que "nãohouve vencidos nem vencedores, mas um acordo em benefício do combate ao tráficode armas". Parlamentar que, no plebiscito do desarmamento, defendeu odireito do cidadão poder comprar e cadastrar armas de uso pessoal, Fraga fezquestão de afirmar que a CPI "não representou o segundo turno dodesarmamento".O relator Paulo Pimenta disse que o relatório, fruto doentendimento de toda a comissão, representou "um relatório consistente"e que poucos reparos foram feitos ao seu conteúdo e que soluções serãopropostas para que o governo possa combater o que se chama "ocrime-meio", o crime do tráfico de armas, que permite a existência deoutros crimes mais graves.