Marcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil
Recife - O presidente da Empresa Brasileira deInfra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), José Carlos Pereira, dissehoje (24) temer que a crise no setor aéreo acabeprejudicando o turismo.
”O turismo é uma indústria sensível, que podeser afetada por um acidente da natureza, um ato terrorista", afirmou Pereira, que participou em Recife do encerramentode um seminário internacional sobre segurança de vôos e prevenção deacidentes.
Pereira lembrou que, além disso,existe a competição das praias do Nordeste com as da Indonésia, naÁsia, e de outros países. "O turista, principalmente o internacional,não quer se arriscar a ir para uma região onde não tem certeza de que ovôo dele vai sair, mesmo que, pelo menos, com até duas a três horas deatraso. Acredito que, se todos cooperarem haverá prejuízos, mas não tãosignificativos como se possa imaginar”, ressaltou.
Opresidente da Infraero disse que o problema do atraso nos pousos edecolagens de aviões ocorrido nesta sexta-feira em Recife pode ter sidocausado pela demora na liberação das aeronaves pelas própriascompanhias aéreas,pela meteorologia e pelo congestionamento do espaço aéreo. Hoje, noAeroporto Internacional dos Guararapes, seis vôos chegaram e setesaíram com atrasos que variaram de uma a quatro horas.
Deacordo com Pereira, a principal dificuldade ainda está no controle dotráfego aéreo de Brasília, de onde se origina a maior parte dos vôos dopaís.
Ele disse que as medidasemergenciais tomadas pelo Ministério da Defesa para resolver a crise dosetor, como a contratação de 19 controladores de vôos aposentados, vãoassegurar operações aéreas tranqüilas no período do Natal e do AnoNovo. ”A solução definitiva da questão só deve ocorrer no prazo de umano e meio”, destacou.
SegundoPereira, hoje, 80 controladores de vôo recebem diplomas de conclusão docurso, em cerimônia em São Paulo, mas, antes de começar a controlarradares complexos, eles precisam passar por cursos de sete a oito mesesde capacitação.
Pereira informouque, na Infraero, existem 490 servidores que trabalham em torres decontrole de 20 aeroportos do país e que a empresa está convocando agora100 concursados, incluindo 40 controladores de vôos.
Deacordo com Pereira, o aeroporto que mais sofreu impactos por causa dosatrasos na saída e chegada de aeronaves foi o de Congonhas, em SãoPaulo, que comporta cinco mil passageiros com conforto, e passou areceber 16 mil. “Isso gerou problemas de assistência médica, saturou acapacidade dos banheiros e restaurantes e congestionou o trânsito. Foiefeito cascata,” observou.