Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Um estudo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo(Fiesp) em conjunto com o Instituto para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) indicaque o Produto Interno Bruto (PIB) pode crescer, em média, 3,2% nos próximos dezanos, se a política econômica atual for mantida. O documento, divulgado hoje(23), propõe medidas que devem ser implantadas pelo governo e que possibilitamque o crescimento do PIB chegue a até 7% em 2016. Para o ano que vem, as perspectivas da Fiespe Iedi, caso as propostas sejam seguidas pela equipe econômica do governo,indicam crescimento de 4,9%. De acordo com as duas entidades, o presidente Luiz InácioLula da Silva já sabe da existência do estudo, que foi encaminhado ao ministroda Fazenda, Guido Mantega, pouco antes de sua conclusão. O documento completodeve ser encaminhado a Lula ainda hoje, segundo o presidente da Fiesp, PauloSkaf.Para alcançar essas metas, as entidades propõem a reduçãodos gastos públicos, da taxa de juros, do número de cargos de confiança nogoverno federal, do número de ministérios e corte das despesas com passagens,locomoção, diárias e auxílio-alimentação. As entidades propõem ainda reajustesalarial zero nos próximos dois anos para o funcionalismo público.O estudo sugere ainda que as metas de inflação sejam de 4,5%em 2007 e 2008, 4% em 2009, 3,5% em 2010, e após esse período, 3%. De acordo com o estudo é possível também obter o déficitnominal zero com a redução das despesas financeiras, revisão geral dos gastoscorrentes, novo modelo de gestão de ativos públicos, eficiência na gestão e auma nova Previdência. Skaf afirmou que o projeto mostra exatamente o querepresenta para o país manter a política econômica atual e dá sugestõesconcretas para modificar a realidade atual. “O Brasil e a sociedade brasileiramerecem estar em uma situação melhor. Nós temos crescido muito pouco, muitoabaixo das médias mundiais. O Brasil tem potencial para crescer, mas nós nosdesacostumamos. Há 25 anos nós temos crescimento pífio”. Ele disse ainda que o crescimento para o Brasil não é nenhummilagre e para que ocorra precisa de vontade política para definir e priorizaras necessidades do país.Skaf disse acreditar que o governo se disponha a adotar assugestões, já que as metas são interessantes para o desenvolvimento do país. Ereforçou que o projeto é amplo e existem complementos e outros encaminhamentosa serem feitos. “As metas não são nossas são do Brasil, interessam ao país.Obviamente se são questões, trabalho, sugestões, mudanças, choque de gestão,adaptações legais que vão beneficiar o Brasil, eu creio que todos vão seesforçar para que isso seja feito”.