Paulo La Sálvia
Enviado especial
Montevidéu (Uruguai) - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, participa de encontro que estuda a retomada dos diálogos da Organização Mundial do Comércio (OMC). As negociações foram suspensas por decisão dos países ricos, como Estados Unidos e integrantes da União Européia, que não concordam com os cortes nos subsídios agropecuários. Para o ministro, a diplomacia brasileira considera uma prioridade para países como o Brasil, a a eliminação desses subsídios agrícolas norte-americanos e o maior acesso ao mercado europeu. Amorim fala que a falta de um acordo na organização pode gerar insegurança e instabilidade em todo mundo. Segundo ele, um pequeno esforço político de Estados Unidos e União Européia poderia resolver o acordo. "Não acho que as diferenças não sejam tão grandes que possam impedir um acordo. Acho que com um pouquinho mais de vontade política, um pouquinho mais de liderança, liderança efetiva dos países ricos, Estados Unidos e a União Européia, sobretudo, acho que nós podemos chegar a resultados. Claro que cada um de nós terá que fazer também a sua parte, isso é indiscutível, mas o gesto mais corajoso agora deve partir dos países mais ricos", afirma.O chanceler lembrou também do G-20, grupo de países liderado por Brasil e Índia, que deu mais espaço e voz para os países em desenvolvimento no cenário mundial. "O G-20 não só tem uma força muito grande, mas é reconhecido como um fôro indispensável e positivo para a conclusão da Rodada", disse.Na agenda em Montividéu, o ministro encontrou com o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, Paschoal Lamy, para discutir a participação do Brasil nas negociações, e assinou com o ministro das Relações Exteriores do Uruguai, Reinaldo Gargano, dez acordos comerciais nas áreas social, econômica e ambiental.