Ex-diretor do Banco do Brasil não explica ligações para envolvidos em compra de dossiê

22/11/2006 - 14h41

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ex-diretor de Gestão de Risco do Banco do Brasil ExpeditoVeloso não soube explicar em depoimento hoje (22) na Comissão Parlamentar Mistade Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas porque na quebra de sigilo de seu telefoneaparecem várias ligações para Gedimar Passos no dia 13 de setembro, data daentrega do dinheiro para compra de um dossiê contra políticos do PSDB, no HotelÍbis, em São Paulo.Na mesma hora em que há registro de ligações de Expeditopara Gedimar, imagens da câmera de segurança do hotel mostram Gedimar Passosfalando ao telefone, o que, segundo o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP),comprovaria que os dois se falaram logo após a entrega do R$ 1,7 milhão queseriam usados na compra do dossiê. Segundo o deputado, a entrega do dinheiro foi feita porvolta de 8h50 do dia 13 e as ligações foram feitas entre 10h12 e 10h15.“Desconheço que uma imagem de São Paulo possa dizer que apessoa estava falando comigo”, se defendeu Expedito Veloso. Além da imagem, segundo Carlos Sampaio, ainda há registro deuma ligação com nove minutos de duração de Valdebran Padilha para ele no diaanterior à entrega do dinheiro às 21h47, e no dia seguinte, às 7 horas, GedimarPassos falou por seis minutos com Expedito Veloso. “Uma hora e cinqüenta minutosantes de o Hamilton Lacerda entrar no hotel”, disse o deputado. Essas ligaçõesainda se repetiram por mais duas vezes (às 8h01 e às 8h17) e às 8h23 Expeditoligou para Valdebran Padilha.“Essas ligações têm diversos problemas, têm informações quenão batem. Alguns números na lista estão sujeitos a reparos. Está claro paramim que alguns dados ali não batem”, disse Expedito.Além de negar vários telefonemas dele para outros envolvidosno caso, Expedito Veloso ainda disse desconhecer qualquer negociação envolvendodinheiro na compra dos documentos.“O Expedito organizou a operação, participou da reunião,trocou telefonemas com Valdebran, inclusive no dia que antecedeu à prisão,entre 11 e 13 de setembro, e simplesmente não sabe de nada sobre o dinheiro”,disse Carlos Sampaio.A versão apresentada por Expedito de que as negociações paraa aquisição dos documentos não envolviam dinheiro é a mesma apresentada porJorge Lorenzetti à CPI ontem. “Ele veio aqui criar uma mentira, referendar amentira dita ontem pelo Lorenzetti”, disse Carlos Sampaio.