Biscaia diz que ainda não há evidências sobre compra de dossiê

22/11/2006 - 18h56

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente da CPMI dos Sanguessugas, deputado AntonioCarlos Biscaia (PT-RJ), disse hoje (22) que os depoimentos prestados àcomissão, bem como os documentos recebidos, são insuficientes para evidenciar acompra do dossiê envolvendo o governador eleito de São Paulo, José Serra(PSDB), e o então candidato tucano à presidência da República, Geraldo Alckmin,na compra superfaturada de ambulâncias. "Até agora não só as gravações feitas no Hotel Íbis (emSão Paulo) como todos os depoimentos colhidos apenas confirmam a participaçãonos fatos das pessoas que foram inquiridas. Mesmo assim ainda são absolutamenteinsuficientes para evidenciar se eles participaram da compra de umdossiê", disse Biscaia. O deputado disse que o que se pode afirmar é que as versõesapresentadas nos depoimentos tentam fazer crer que a operação foi umanegociação para obtenção de documentos, mas que nenhuma das pessoas ouvidas deuindício de envolvimento no pagamento pelas informações de posse dos donos daempresa Planan, Darci e Luis Antonio Vedoin, e tampouco da origem dos R$ 1,7milhão apreendidos pela Polícia Federal com militantes do PT no Hotel Íbis. Biscaia não concorda com a acareação entre os envolvidos noesquema. "Eu sou promotor de Justiça há 30 anos. Nunca, nesta minhatrajetória, vi uma acareação produzir resultados", justificou. O vice-presidente da CPMI, deputado Raul Jungman (PPS-PE),disse, no entanto, que o pedido de indiciamento à Polícia Federal e ao MinistérioPúblico, bem como a acareação dos envolvidas na aquisição das informações juntoà família Vedoin, são praticamente inevitáveis. "Acho que a CPI não temoutra alternativa senão indiciá-los, e acho fundamental a acareação entre elespara você, evidentemente, checar estas versões", afirmou.