Iolando Lourenço e Mylena Fiori
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O secretário do Tesouro Nacional, Carlos Kawall Leal, dissehoje (21) em audiência na Comissão Mista de Orçamento que o governo não pensa,no momento, em rever as metas de superávit primário. "Não há, nessemomento, uma determinação no sentido de sacrificar o superávit primário",afirmou a jornalistas. Segundo ele, o governo analisa elevar o investimento públicosem mexer na meta de superávit. "Isso envolve uma moderação no crescimentodas despesas correntes", explicou. Kawall disse que medidas de desoneração tributária também dependem da evoluçãodas despesas correntes do governo. Segundo ele, o governo não pode ingressarnuma aventura. "A limitação que temos para desonerar a carga tributária édada pela expectativa de evolução das despesas correntes e com o tipo deimpacto que teriam [as medidas] no investimento e no próprio crescimento deeconomia. Não podemos ingressar numa aventura, na idéia de que se cortaimpostos agressivamente e se espera que a economia cresça para recuperar nareceita", afirmou. Na avaliação do secretário, há pouco espaço para medidas dedesoneração. "O espaço vai depender, também, da evolução da economia. Agente tem que olhar no espaço de vários anos e é isso que vai ser avaliado pelogoverno e anunciado no momento oportuno", disse. Na prestação de contas que faz a cada três meses à ComissãoMista de Orçamento, o secretário apresentou um relatório da evolução das contaspúblicas e relatou que o governo vem conseguindo cumprir as metas de superávit."Atingimos até setembro 87% da meta estabelecida para este ano. Osresultados da economia estão na linha da meta estabelecida", afirmou. Kawalltambém destacou a ampliação das reservas internacionais, que estão na casa dos US$80 bilhões. Questionado sobre a possibilidade do governo elevar osrecursos destinados ao Plano Plurianual de Investimentos (PPI) - hoje em tornode R$ 4,59 bilhões -, ele disse que esse elevação não comprometeria a meta desuperávit, mas destacou que a elevação do investimento público não passa apenaspelo PPI. "O mais importante é que o investimento público possa crescerconsistentemente ao longo dos anos numa trajetória de redução da dívida/PIB".Para isso, segundo ele, é preciso conter os gastos públicos. "É fundamental que tudo isso tenha uma equação na quala evolução das despesas correntes não seja aquela que vem ocorrendo nos últimos10 anos, de crescimento contínuo".