Presidente da Anac diz que final do ano será tranqüilo "se a crise for contida"

21/11/2006 - 20h52

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, disse hoje (21) não acreditar que haverá excesso de atrasos de vôos durante as festas de final de ano. Durante audiência pública no Senado, com a presença do ministro da Defesa, Waldir Pires, Zuanazzi afirmou que o pior momento é o atual e que "medidas estão sendo tomadas para evitar grandes congestionamentos nos aeroportos". Além do aumento do número de pessoas que viajam para passar Natal e Ano Novo com as famílias, o dia 1º de janeiro também marca a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de 27 governadores, o que poderá gerar  congestionamentos. “A tendência é chegarmos em dezembro mais ou menos como estávamos em março deste ano, em número de aeronaves. Embora o volume de passageiros venha aumentando, o tráfego aéreo não vai aumentar, pois as aeronaves estão maiores. Se nós debelarmos a crise agora, não é o final do ano que vai prejudicar o setor”, disse Zuanazzi.Entre as medidas implementadas para conter a crise estão a convocação de 60 controladores de vôo aposentados, a contratação de 80 novos profissionais que estão se formando na Aeronáutica, a transferência de operadores de vôo de outras regiões menos congestionadas para Brasília e o remanejamento de rotas para horários de menor procura, como a madrugada, aliviando os momentos de pico, no início da manhã e no fim da tarde.Mesmo com essas medidas, o presidente da Anac admitiu que não existe solução em curto prazo para o problema: “Os controladores aposentados estarão aptos para voltar ao trabalho dentro de 30 a 50 dias; os provenientes de outros Cindactas (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo), em uma semana a dez dias; e os que estão se formando na Escola de Sargentos da Força Aérea levarão de dois a três meses para estar aptos”.O ministro da Defesa evitou prever cenários para os aeroportos no final de ano, mas disse "se nós empreendermos o máximo de nossos esforços, poderemos ter [uma regularização no sistema]". E comentou: "Nós vamos manter 24 horas por dia de trabalho para tentar essa esperança”.Para o presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores na Proteção do Vôo, José Carlos Botelho, as medidas emergenciais deverão evitar turbulências, mas em momentos de pico poderá haver atrasos no final do ano. O senador Heráclito Fortes (PFL-PI), que presidiu a audiência pública, cobrou soluções por parte do governo: “Eu esperava que nós tivéssemos decisões mais concretas e não apenas justificativas”. Segundo ele, o setor aéreo também deve se planejar para os Jogos Pan-americanos que serão realizados no Rio de Janeiro em julho, quando 5.500 atletas de 42 países deverão passar pelos aeroportos do país.