Países do Mercosul devem envolver sociedade no debate sobre educação, defende secretário

21/11/2006 - 13h15

Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ao abrir oficialmente o 3º Fórum Educacional do Mercosul, em Belo Horizonte (MG), o secretário-adjunto do Ministério da Educação do Brasil (MEC), André Luiz de Figueiredo Lázaro, propôs que osparticipantes discutam até o final da semana formas de ampliar a participação e oenvolvimento da sociedade com o tema.

Citando as dificuldades dogoverno brasileiro para aprovar o Fundo de Manutenção e Desenvolvimentoda Educação Básica (Fundeb),Lázaro admitiu sentir “admiração, orgulho e uma pontinha de inveja” emrelação a Argentina. O país está prestes a aprovar uma lei queestabelece 6% do PIB do país para educação.

Brasil, Argentina, Uruguai,Paraguai e Venezuela estão no fórum como sócios do Mercosul.Chile, Colômbia e Bolívia são membros associados. Peru e Equador foramconvidados, mas não enviaram representantes. Na avaliação do secretário-adjunto do MEC, a sociedade não deve esperar soluções imediatistas para os problemas educacionais. Comparando a Educação a um conjunto de caixas, uma dentro da outra, Lázaro disse que é preciso ‘abrir’ cuidadosamente cada um dos vários problemas já diagnosticados.

“Talvez nós não tenhamos uma resposta concreta para os problemas. Porém, nada é mais concreto que nossa presença aqui, que nossos esforços e nosso compromisso com a Educação.” 

Referindo-se exclusivamente aos problemas brasileiros, Lázaro destacou a falta de vagas no ensino médio para jovens entre 15 e 17 anos como um nó a ser resolvido em termos quantitativos. Segundo ele, no Brasil, em torno de 18% dos jovens desta faixa etária estão fora da escola.

Em termos qualitativos, o secretário falou sobre o que classifica como “uma tradição incompreensível de reprovação de alunos nas primeiras séries”. Citou também as discussões em busca de novos parâmetros qualitativos para as universidades nacionais e a urgência de valorizar a carreira de professor. “Nós cada vez pedimos mais dos professores e lhes damos menos.”Além de Lázaro, que também ocupa o cargo de coordenador do Fórum, compuseram a mesa de abertura oficial do Fórum de Educação do Mercosul o reitor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Ronaldo Tadeu Pena, a secretária de Educação Municipal de Belo Horizonte, Maria do Pillar Lacerda Almeida e Silva, o presidente do Comitê Coordenador Regional do Mercosul e chefe da Assessoria Internacional do MEC, Alessandro Candeas, a representante da Comissão Organizadora do Fórum Mundial de Educação, Salete Camba, a vice-ministra de Educação do Paraguai, Marta La Fuente e o diretor da Fundação em Aliança do Paraguai, Ricardo Centurion.