Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As ações da organização da sociedade civil Ação Comunitária do Brasil (ACB), no Rio de Janeiro, foram vistas pelo relator da Ornanização das Nações Unidas (ONU) sobre racismo, Doudou Diène, como um trabalho modelo contra o racismo. Levado pelo Ministério das Relações Exteriores à Favela da Maré, no Rio de Janeiro, o relator da ONU conheceu o centro de educação comunitária da ACB para o resgate da cultura negra e da cultura banto, em particular, através de empreendimentos solidários, voltados para o comércio justo.“No relatório final, que encaminhou para as Nações Unidas, ele escreveu que a experiência da Ação Comunitária deveria ser considerada modelo para ser aplicada no mundo”, afirma Marília Pastuk, da ACB.Essa foi uma das recomendações que levou o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), vinculado à ONU, a apoiar a parceria entre a ACB e o Balé Nacional de Ruanda. O objetivo é fazer com que essa experiência solidifique um projeto voltado para o chamado comércio justo. “A gente está querendo fazer produtos que venham da economia criativa, da economia solidária, ou seja, produzidos de forma coletiva, utilizando o que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) considera como trabalho decente, sem exploração do trabalho infantil, e entrando na cadeia do comércio justo. Isso significa evitar a intermediação”, informou Pastuk.Para isso, será convidado o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Rio de Janeiro (Sebrae/RJ) para se integrar ao projeto de cooperação. Marília Pastuk revelou que junto com o Sebrae/RJ, a ACB vem desenvolvendo um projeto que será apresentado à ONU. Ela informou que a idéia é ampliar a cooperação para outros países da África, que já manifestaram interesse, como Angola, Moçambique, Gana, Senegal. “E aí é fazer de fato uma cooperação Sul-Sul”, manifestou. A Ação Comunitária e o Sebrae/RJ ficariam como entidades-âncoras do projeto. Os produtos resultantes da parceria Sul-Sul deverão ser expostos em aeroportos internacionais do Brasil e do Quênia.