Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A conferência internacional que discute, em Brasília, a aplicação dos financiamentos internacionais no combate à aids começou com um alerta. O uso de apenas 50% das doações estrangeiras para controlar a doença pode impedir o cumprimento das Metas do Milênio relacionadas ao assunto. “Os membros das Nações Unidas se comprometeram em deter a propagação da epidemia e inverter a tendência de aumento até 2015”, lembrou a representante do Grupo HIV/Aids do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) em Nova York, Lily Ohiorhenuan. “No quadro atual, isso pode não ser possível”, advertiu.Entre 1996 e 2005, o gasto no combate à aids foi de US$ 5 bilhões nos países em desenvolvimento, que concentram 95% dos 40 milhões de portadores do HIV em todo o mundo. Os números foram apresentados num estudo divulgado no encontro. A quantia representa volume 15 vezes maior que o registrado há dez anos, mas ainda é insuficiente em relação aos US$ 12 bilhões necessários para conter a expansão da aids no planeta.O tema foi discutido pelos participantes da conferência internacional das Nações Unidas que discute, em Brasília, a aplicação das doações externas na luta contra o HIV. De hoje (20) até quarta-feira (22), o seminário, que reúne 56 representantes de 21 países, discute o efeito das políticas macroeconômicas sobre os recursos destinados ao combate à aids.O encontro é organizado pelo Centro Internacional de Pobreza, braço do Pnud mantido com o apoio do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A conferência reúne economistas, pesquisadores, especialistas da ONU, membros das agências de cooperação, além de representantes de instituições públicas e de organizações não-governamentais.