Keite Camacho
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Com a entrada de novas forças em regiões anteriormente dominadas na política por clãs tradicionais, como é o caso da Bahia e do Maranhão, a população tem uma chance de mudar sua situação socioeconômica. Para a cientista política e professora da Universidade Federal de São Carlos, Maria do Socorro Braga, é preciso que, nos próximos quatro anos, um projeto político seja capaz de beneficiar os principais seguimentos sociais. “Do contrário, se não der certo, o grupo político anterior acaba voltando com muito mais força”.De acordo com ela, esses clãs foram responsáveis pela continuidade da situação socioeconômica dos estados que dominavam. “A concentração das pessoas mais carentes e empobrecidas no Nordeste favorece a manutenção dos clãs", avalia. "São eles que mantêm em suas mãos os principais meios de comunicação, a retransmissão de emissoras importantes no país. Agora, estão perdendo força. Isso vem acontecendo há algum tempo”.A partir das eleições deste ano, Braga passou a observar a competitividade de forças em nível estadual. No municipal, no entanto, outros partidos já vinham competindo. A derrota da oligarquia do senador Antônio Carlos Magalhães (PFL), que há 20 anos controlava politicamente a Bahia, é, na avaliação da professora, “um sinal de como a democracia está muito mais consolidada agora”. “Um sistema em que você tem uma força predominando durante tanto tempo não demonstra uma democracia, que é quando você tem que ter competição entre os principais partidos”.