Petrobras não perde com novo contrato para operação na Bolívia, reitera Gabrielli

31/10/2006 - 20h31

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, reiterou hoje que a estatal não perderá dinheiro com o novo contrato, assinado no sábado (28), relativo às operações na Bolívia. Segundo Gabrielli, uma rentabilidade média de 15% está garantida ao longo dos próximos 30 anos. "Eu reafirmo que a Petrobras não perde dinheiro com este novo contrato, nem em relação aos investimentos anteriores e nem sobre possíveis investimentos no futuro”, disse, ao detalhar o acordo exigido após o decreto de nacionalização de ativos e reservas de empresas petrolíferas que atuam na Bolívia, assinado no dia 1º de maio pelo presidente Evo Morales.

Gabrielli informou que "em nenhum momento” a estatal se comprometeu a fazer novos investimentos na Bolívia: “A partir da aprovação do contrato pelo Congresso boliviano, o país passará a ter um novo marco regulatório estável. Novos investimentos só serão analisados caso a caso, do ponto de vista do interesse da empresa e da rentabilidade dos projetos. Não há uma linha no contrato que tenha compromissos além daqueles que garantem a manutenção da produção".A rentabilidade, em relação ao contrato anterior, "continua atraente", na avaliação de Gabrielli, "porque nossos investimentos já foram depreciados e amortizados". A estatal brasileira obteve a garantia de operar os campos de gás onde já atua – inclusive o de San Alberto e San Antonio, os principais fornecedores do produto ao Brasil. A estatal boliviana YPFB mantém a propriedade dos hidrocarbonetos (gás e petróleo leve) e passa a ser a principal agente na comercialização. Terá também maior autonomia de supervisão sobre as pretroleiras, mas não participará dos investimentos ou custos, explicou Gabrielli.  Sobre a informação de que a Petrobras abdicaria do direito de recorrer a uma corte arbitral internacional em caso de novo impasse, Gabrielli fez uma correção e ressaltou que primeiro é preciso esgotar todos os recursos sob as próprias  leis bolivianas: “Essa possibilidade continua em aberto, tanto via Câmara de Comércio Internacional quanto por meio do acordo existente entre a Bolívia e a Holanda. Nós não estamos afirmando, porém, que vamos recorrer a essa arbitragem. Estou apenas corrigindo informação dada por mim, no calor da notícia do acordo, quando eu disse que no contrato constava uma cláusula de renuncia à corte arbitral”.