CPI dos Sanguessugas não pode perder foco, diz Biscaia

31/10/2006 - 13h58

Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), disse hoje (31) que a CPMI não deve perder o foco – que é investigar a compra superfaturada de ambulâncias com recursos do Orçamento. Segundo ele, a investigação sobre a tentativa de compra de um dossiê envolvendo políticos tucanos no esquema não pode ser a questão principal. “A meu ver, o relatório final tem que mencionar o episódio do dossiê, mas não pode esquecer do objetivo principal da CPMI, que é uma rede de fraudes, de corrupção, envolvendo recursos orçamentários. Não vamos deixar de enfrentar essa questão no segundo relatório até dezembro”, afirmou. Biscaia disse que o relatório será apresentado em dezembro, mas não sabe se haverá quorum para votá-lo. “Espera-se que daqui para frente exista quorum quando necessário para o relatório final”, disse.O relator, senador Amir Lando (PMDB-RO), disse que nada vai impedir que ele conclua a tarefa de elaborar o documento final. “Nosso objetivo maior é não levar a CPI a uma disputa política. A eleição terminou. Agora nós temos que propor sugestões para que fatos da natureza da investigação não se repitam”, afirmou.Para esta tarde, estão previstos depoimentos de Gedimar Passos, Valdebran Padilha e Jorge Lorenzetti, acusados de envolvimento na tentativa de compra de um dossiê contra políticos tucanos. Gedimar e Valdebran foram presos em São Paulo, no dia 15 de setembro, com cerca de R$ 1,7 milhão, dinheiro que seria utilizado na negociação.Ex-chefe do núcleo de informações e inteligência da campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Lorenzetti admitiu em depoimento na Polícia Federal que tinha interesse no dossiê, mas disse que se recusou a pagar pelo material.